Xou da Xuxa 3
Xou da Xuxa 3 | |||||||
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Álbum de estúdio de Xuxa | |||||||
Lançamento | 11 de julho de 1988 | ||||||
Gravação | 1987—1988 | ||||||
Estúdio(s) |
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Gênero(s) | |||||||
Duração | 50:42 | ||||||
Idioma(s) | português | ||||||
Formato(s) | |||||||
Gravadora(s) | Som Livre | ||||||
Produção | |||||||
Cronologia de Xuxa | |||||||
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Xou da Xuxa 3 é o quarto álbum de estúdio da cantora e apresentadora brasileira Xuxa, lançado em 11 de julho de 1988, pela gravadora Som Livre.
Antes do lançamento, Xuxa já havia estabelecido uma carreira de sucesso na televisão e na música. Seu programa Xou da Xuxa, iniciado em 1986 na TV Globo se tornou um fenômeno entre o público infantil, e seus álbuns anteriores Xou da Xuxa (1986) e Xegundo Xou da Xuxa (1987), foram massivamente bem-sucedidos, vendendo milhões de cópias. Este sucesso pavimentou o caminho para a produção do Xou da Xuxa 3.
O processo de produção do álbum envolveu uma rigorosa seleção de músicas, das quais 13 foram escolhidas para compor o disco. A gravação ocorreu ao longo de 30 dias, com Xuxa demonstrando grande dedicação ao projeto. As músicas foram testadas com crianças em escolas públicas do Rio de Janeiro, cuja reação influenciou a seleção final das faixas.
O álbum foi amplamente promovido na televisão, especialmente no programa Xou da Xuxa, e incluiu sucessos como "Ilariê", "Brincar de Índio", "Arco-Íris", "Abecedário da Xuxa" e "Dança da Xuxa". "Ilariê" destacou-se como a música mais tocada nas rádios brasileiras em 1988, alcançando também sucesso internacional.
Com seu expressivo desempenho comercial, com estimativas de vendas que variam de 4 até 5 milhões de cópias, Xou da Xuxa 3 garantiu a Xuxa um lugar no Guinness World Records e consolidou sua posição como uma das artistas mais populares do Brasil. O álbum foi relançado diversas vezes e continua sendo um dos marcos mais significativos da música infantil no país.[1]
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Em 1988, Xuxa Meneghel consolidou-se como a artista de maior sucesso da América Latina, amplamente reconhecida por sua influência tanto na música quanto na televisão.[2] Após o sucesso de Xou da Xuxa (1986) e Xegundo Xou da Xuxa (1987), que estabeleceram novos padrões para vendas de álbuns infantis no Brasil, Xuxa preparava-se para lançar seu terceiro álbum, Xou da Xuxa 3.[2]
Neste período, Xuxa não era apenas uma cantora de sucesso, mas também uma figura central na televisão brasileira, com seu programa Xou da Xuxa dominando a audiência infantil.[3][4] Apenas Roberto Carlos tinha números tão expressivos em vendas de discos quanto ela.[5] A sua marca já havia demonstrado um poder comercial significativo, refletido em vendas massivas e forte presença na mídia.[3][4]
Produção e gravação
[editar | editar código-fonte]A produção do álbum envolveu uma pré-seleção de 200 composições feita por Michael Sullivan e Paulo Massadas, produtores do álbum, que foram submetidas à avaliação de Xuxa e sua empresária, Marlene Mattos, sem a revelação dos nomes dos compositores, para garantir imparcialidade na escolha das faixas.[6] Após esse processo, 13 músicas foram selecionadas para compor a lista de faixas.[6]
As gravações ocorreram nos estúdios da SIGLA, Mix, e Lincoln Olivetti ao longo de aproximadamente 30 dias, durante os quais Xuxa demonstrou dedicação ao projeto, chegando a gravar nas madrugadas e fins de semana.[4][7]
Outro aspecto da produção foi o envolvimento direto do público-alvo: após a gravação das músicas, a produção da Som Livre levou o material para escolas públicas no Rio de Janeiro, onde as crianças ouviram as canções e as avaliaram, dando notas de 0 a 10.[6] As músicas que obtiveram as melhores avaliações foram incluídas no álbum.[6] Além disso, durante os intervalos das gravações do programa Xou da Xuxa, as músicas eram tocadas, e a reação das crianças influenciava a decisão final sobre sua inclusão no disco.[6]
Entre as músicas gravadas e incluídas está "Arco Íris", que foi feita especialmente para o filme Super Xuxa contra Baixo Astral, mas Xuxa gostou tanto da música que decidiu incluí-la no disco.[4] Uma canção que chegou a ser considerada para o álbum foi a balada "Bela BB", composta pela cantora brasileira Rita Lee, a faixa fazia referência à atriz francesa Brigitte Bardot.[8]
Сom relação a capa e o encarte, a criação e ilustrações são de Reinaldo Waisman, enquanto arte foi feita por Duncan e as fotos por André Wanderley.[7] O álbum contou com um poster colorido da apresentadora como atrativo adicional.[6]
Lançamento e relançamentos
[editar | editar código-fonte]O álbum foi lançado oficialmente em 11 de julho de 1988, inicialmente no formato LP.[7] Algumas semanas após foi disponibilizada a versão em K7,[9] seguida, em agosto do mesmo ano, pelo lançamento da versão em CD, marcando o primeiro disco da artista a ser disponibilizado nesse formato.[10]
O LP continuou a ser distribuído até meados de 1993, enquanto a Som Livre ainda era fabricada e distribuída pela BMG Ariola. O CD foi relançado várias vezes, com pequenas alterações, nos anos de 1992,[11] 1994,[11] 1995,[12] e 2006,[13] tornando-se o álbum mais relançado da carreira de Xuxa até então. Além disso, uma edição foi distribuída em Israel em 1991, capitalizando o sucesso do single "Ilariê" naquele país.[14]
Na comemoração de 50 anos de Xuxa e 30 anos de carreira, a Som Livre e a Xuxa Produções lançaram em junho do mesmo ano, a Coleção Xou da Xuxa, com os sete CDs “Xou da Xuxa” e um CD com material de arquivo, de diferentes fases da carreira da apresentadora.[15][4][16]
Promoção e divulgação
[editar | editar código-fonte]A estratégia incluiu a exibição de um programa especial na TV Globo, destacando o novo repertório do álbum, além de anúncios em televisão de cinco e dez segundos que eram exibidos quatro vezes por dia no canal e participação em programas de destaque como Globo de Ouro e a revista eletrônica Fantástico.[6]
Além disso, a canção "Arco-Íris" teve o apoio do filme Super Xuxa Contra Baixo Astral, ao ser incluída em sua trilha sonora.[6]
Singles
[editar | editar código-fonte]O único single a ser lançado em formato físico nas rádios foi o de "Ilariê" (lançado em Israel, em 1990)[17] que se tornou a música mais tocada nas rádios brasileiras em 1988, permanecendo por 20 semanas consecutivas em 1º lugar nas paradas de sucesso.[18][19] Composta pelo cantor baiano Cid Guerreiro a pedido de Marlene Mattos, a música foi criada para ser uma faixa dançante e contagiante, semelhante aos sucessos que Guerreiro já emplacava nas rádios.[18][19] O título "Ilariê" foi inspirado na palavra "hilário", em referência ao estilo alegre e humorístico de Xuxa.[18][19]
O sucesso de "Ilariê" ultrapassou as fronteiras do Brasil, sendo gravada em 80 dialetos diferentes, incluindo uma versão em chinês interpretada pelo trio feminino I.N.G.[18][19] O hit se tornou um dos maiores êxitos da carreira de Xuxa e foi executado nas rádios ao lado de outras grandes músicas, como "Faz Parte do Meu Show", de Cazuza.[18][19]
Turnê
[editar | editar código-fonte]A série de shows que promoveu o disco se iniciou em agosto de 1988 e encerrou em dezembro do mesmo ano.[4] Com o nome "Xou da Xuxa 88", a turnê passou por diversas capitais, tais como São Paulo, Fortaleza e Porto Alegre.[4]
Desempenho comercial e legado
[editar | editar código-fonte]Com a crise do mercado fonográfico em mente, a gravadora Som Livre investiu pesadamente no lançamento do álbum, distribuindo 800 mil cópias no dia do lançamento e planejando a distribuição de um milhão de cópias até o final do mês.[6] Em entrevista, o diretor de marketing da Som Livre, Heleno de Oliveira, afirmou: "Estamos lançando na semana que vem o Xou da Xuxa número três que vai dar uma sacudida no mercado. Já saímos com um milhão de cópias para as lojas e devemos vender mais um milhão até o fim do ano.[20]
Nas paradas musicais o álbum atingiu o topo da lista na tabela de mais vendidos do Jornal do Brasil,[21][22] e foi o décimo quinto mais vendido do ano de 1988 no país, de acordo com a Nelson Oliveira Pesquisa e Estudo de Mercado (Nopem).[23] Devido ao sucesso, Xuxa se tornou a primeira artista a superar a marca de 3 milhões de cópias vendidas com um único LP.[4] A partir desse feito, a Som Livre passou a investir na carreira internacional da apresentadora, que lançou um álbum em espanhol no ano seguinte.
Em 1994, o disco foi incluído na edição brasileira do Guinness World Records por ter atingido cerca de 3,2 milhões de cópias vendidas no país, sendo considerado o álbum mais vendido até então.[24][4][25][26] Ainda nos anos 90, o Jornal do Brasil informou que o trabalho tinha superado 3,7 milhões comercializadas.[27]
Em 2010, a revista Super Interessante apontou que o álbum Xou da Xuxa 3 teria vendido 3.216.000 cópias, sendo o segundo mais vendido no Brasil, atrás do álbum Músicas Para Louvar ao Senhor, do Padre Marcelo Rossi.[28] A informação, baseada no livro Os 10 Mais (2008),[28] considerou apenas as vendas do ano de lançamento, sem incluir relançamentos posteriores em CD, K7 e formatos digitais.
Fontes mais contemporâneas afirmam que as vendas atingiram 4 milhões,[29] ou até mesmo 5 milhões de cópias no Brasil,[30][31][32] o que o torna o mais vendido da história fonográfica brasileira.[31][4][33] Na lista dos dez álbuns mais vendidos do Brasil feita pelo G1 o álbum aparece na primeira posição com 5 milhões de cópias, sendo seguido por Músicas Para Louvar ao Senhor com 3.3 milhões e Leandro & Leonardo (1990) com 3.2 milhões.[31]
Lista de faixas
[editar | editar código-fonte]- Créditos adaptados do encarte do LP Xou da Xuxa 3, de 1988.[7]
N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |
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1. | "Ilariê" |
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5:39 | |
2. | "Bombom" | 4:22 | ||
3. | "O Praga É Uma Praga" |
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3:40 | |
4. | "Xuxerife" |
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2:54 | |
5. | "Beijinhos Estalados" |
|
4:36 | |
6. | "Coração Criança" |
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3:45 | |
7. | "Brincar de Índio" |
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4:20 | |
8. | "Dança da Xuxa" | 3:20 | ||
9. | "Eu Não" |
|
2:27 | |
10. | "Abecedário da Xuxa" |
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3:22 | |
11. | "Arco-Íris" |
|
4:36 | |
12. | "Apolo" |
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3:25 | |
13. | "Viver" |
|
4:16 | |
Duração total: |
50:42 |
Créditos
[editar | editar código-fonte]- Fonte: LP Xou da Xuxa 3[7]
- Produzido por: Michael Sullivan e Paulo Massadas
- Coordenação artística: Max Pierre
- Engenheiro de gravação e mixagem: Jorge "Gordo" Guimarães
- Engenheiros adicionais (Som Livre): Luiz Paulo, Edu, D'Orey, Mario Jorge e Beto Vaz (estúdio Mix) Andy Mills, João Damasceno e Paulo Henrique
- Assistentes de estúdio (Som Livre): Sergio Rocha, Ivan Carvalho, Marcelo, Serodio, Marquinhos, Cezar Barbosa, Billy, Octavio "Chambinho", Alexandre Ribas, Julio Martins, Julio Carneiro, Claudio Oliveira, Marcos André, Loba e Marcio Barros
- Arregimentação: Jorge Correa
- Edição - Ieddo Gouvea
- Back Vocals: As Paquitas (Ana Paula Guimarães, Anna Paula Almeida, Priscila Couto, Tatiana Maranhão, Roberta Cipriani, Andréia Faria, Louise Wischermann)
Tabelas
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Tabelas semanais[editar | editar código-fonte]
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Tabelas anuais[editar | editar código-fonte]
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Certificação e vendas
[editar | editar código-fonte]País / Certificadora | Certificações | Vendas estimadas |
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Brasil | 3× Diamante | 4.000.000[29] / 5.000.000[31] |
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Amanda Figueiredo (27 de março de 2014). «Xuxa 51 anos: momentos marcantes da rainha dos baixinhos». M de Mulher. Consultado em 24 de maio de 2014
- ↑ a b «Brasileira vai mal... mas a Xuxa vai bem». Jornal da Orla 752 ed. São Paulo. 17 de julho de 1988. p. 17. Consultado em 13 de agosto de 2024
- ↑ a b «Xou da Xuxa - Curiosidades». Memória Globo. Consultado em 17 de fevereiro de 2015
- ↑ a b c d e f g h i j «Som Livre: Crescimento». Memória Roberto Marinho. Consultado em 18 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2015
- ↑ Gustavo Miller e Laura Brentano (2 de julho de 2011). «Fotos ao redor do mundo que imitam pose da Xuxa viram hit no Facebook». G1. Consultado em 17 de fevereiro de 2015
- ↑ a b c d e f g h i «Crise? Que Crise?». Jornal do Brasil 101 ed. 19 de julho de 1988. p. 6 (Caderno B). Consultado em 13 de agosto de 2024 – via Biblioteca Nacional / Hemeroteca Digital
- ↑ a b c d e (1988) Créditos do álbum Xou da Xuxa 3 por Xuxa [LP]. Brasil: Som Livre (406.0028).
- ↑ «Folha de S.Paulo - Rita Lee prepara livro "sensorial" - 18/7/1996». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 22 de março de 2018
- ↑ (1988) Créditos do álbum Xou da Xuxa 3 por Xuxa [k7]. Brasil: Som Livre (746.0028).
- ↑ (1988) Créditos do álbum Xou da Xuxa 3 por Xuxa [CD]. Brasil: Som Livre (401.0020).
- ↑ a b (1992) Créditos do álbum Xou da Xuxa 3 por Xuxa [CD]. Brasil: Som Livre (400.1132).
- ↑ (1995) Créditos do álbum Xou da Xuxa 3 por Xuxa [CD]. Brasil: Som Livre (2075-2).
- ↑ (2006) Créditos do álbum Xou da Xuxa 3 por Xuxa [CD]. Brasil: Som Livre (4103-2).
- ↑ (1988) Créditos do álbum Xou da Xuxa 3 por Xuxa [CD]. Israel: Hed-Arzi; Som Livre (400.1132).
- ↑ «Coleção Xou da Xuxa». Xuxa.com. Arquivado do original em 7 de agosto de 2013
- ↑ «25 anos de Xou da Xuxa 3». Xuxa.com. Arquivado do original em 25 de janeiro de 2013
- ↑ (1990) Créditos do álbum Ilariê por Xuxa [LP]. Israel: Hed-Arzi (D. J 1933).
- ↑ a b c d e Renata Reif (31 de maio de 2012). «Cid Guerreiro: "Não ganho como deveria com 'Ilariê'». Internet Group
- ↑ a b c d e Blog do Curioso (12 de junho de 2009). «Versão chinesa de Ilariê»
- ↑ Goldberg, Simone (10 de julho de 1988). «Inflação chega ao mundo da música e disco vende menos». Jornal do Commercio 230 ed. Rio de Janeiro. p. 15. Consultado em 30 de abril de 2020
- ↑ Jornal do Brasil. "Crise? Que Crise?" (18/07/1988).
- ↑ a b «Discos / Os mais vendidos». Jornal do Brasil. 98 (115). 1 de agosto de 1988. Consultado em 19 de novembro de 2017.
- ↑ a b Vicente, Eduardo. «Listagens Nopem 1965-1999». Academia.edu. Consultado em 13 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 13 de novembro de 2022
- ↑ «Sem saber cantar, Xuxa vendeu 2,5 milhões de cópias de "Xou da Xuxa"». UOL. Consultado em 2 de julho de 2016
- ↑ Ana Carolina Prado (18 de maio de 2009). «40 anos de Som Livre: uma história contada pelas novelas da Rede Globo». Rede Globo. Consultado em 24 de maio de 2014. Arquivado do original em 11 de janeiro de 2015
- ↑ «50 anos de Xuxa: os números e os recordes da Rainha dos Baixinhos». R7. 27 de março de 2013. Consultado em 24 de maio de 2014
- ↑ Jardim, Vera (29 de novembro de 1997). «É brincadeira!». Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. Consultado em 30 de abril de 2020
- ↑ a b Prado, Ana Carolina (22 de julho de 2010). «Os 10 discos mais vendidos no Brasil até hoje». Super Interessante. Consultado em 13 de agosto de 2024
- ↑ a b Oliveira, Sabrina (30 de julho de 2023). «Xuxa: A trajetória da rainha dos baixinhos e seu império de entretenimento». Diário da Manhã. Consultado em 11 de agosto de 2024
- ↑ Rodrigo, Levino (2 de julho de 2011). «A "rainha dos baixinhos" sobrou entre os grandinhos». Veja. Consultado em 18 de fevereiro de 2015
- ↑ a b c d «Início, quem mais vendeu, álbum com mais cópias: as curiosidades e os números do pop rock no Brasil». G1. 11 de abril de 2024. Consultado em 1 de agosto de 2024
- ↑ Nascimento, Sandro (2 de fevereiro de 2018). «Natelinha Uol». https://natelinha.uol.com.br/. Natelinha UOL. Consultado em 4 de novembro de 2019
- ↑ «Início, quem mais vendeu, álbum com mais cópias: as curiosidades e os números do pop rock no Brasil». G1. 11 de abril de 2024. Consultado em 1 de agosto de 2024