Sífilis congênita
Sífilis congênita (português brasileiro) ou sífilis congénita (português europeu) é a sífilis transmitida por via transplacentária. Se a mãe não for sifilítica feto também não o será.
O causador da sífilis é um pequeno microrganismo espiralado, o Treponema pallidum, que cruza rapidamente a membrana placentária, a transmissão pode ocorrer a qualquer momento durante a gestação[1]. O Treponema pallidum é conhecido por sua capacidade de invasão e evasão imunológica e suas manifestações clínicas resultam de respostas inflamatórias locais[2].
A gravidez exerce efeito supurativo nas manifestações de sintomas e lesões normalmente visíveis na sífilis, portanto algumas vezes a doença passa despercebida pela mãe podendo ser diagnosticada apenas com exames sorológicos, correlacionando os resultados dos testes de infecção do líquido amniótico com a evidência da ultrassonografia, podendo esta ser identificada, pois durante o acometimento ocorre: espessamento cutâneo, aumento da placenta, efusões nas cavidades serosas, entre outros sinais.
As infecções maternas primárias(adquiridas durante a gravidez), quase sempre causam infecções fetais e anomalias congênitas graves, entretanto, o tratamento adequado da mãe pode matar o organismo impedindo que este atravesse a membrana placentária e infecte o feto. As infecções maternas secundárias(adquiridas antes da gravidez) raramente resultam em doenças e anomalias fetais.
A forma mais comum de contaminação é através da passagem do microrganismo para placenta, mas excepcionalmente, o contágio pode dar-se pelo contato direto das lesões infectadas durante o parto vaginal. A sífilis congênita é tratável e, consequentemente, pode ser evitada[3].
Após o quinto mês, a doença transmite-se mais facilmente ao feto, podendo culminar em óbito intra uterino, abortamento, parto prematuro[1], crescimento retardado e decesso neonatal. A possibilidade de transmissão é maior na primeira gestação, diminuindo nas sucessivas.
Nem todo filho de mãe sifilítica terá sífilis congênita, cerca de 20% não obtém contaminação.
A sífilis só é transmitida ao feto pela gestante nos dois primeiros anos que ela foi contaminada.
A sífilis congênita pode ser classificada em:
- Recente: quando os sintomas aparecem nos primeiros dois anos de vida, sendo mais manifestos do primeiro ao terceiro mês.
- Tardia: quando os sintomas aparecem a partir do segundo ano, ocasionando deformações de dentes, surdez, alterações oculares, dificuldades de aprendizagem, retardo mental.
Referências
- ↑ a b Galvis, Alvaro; Arrieta, Antonio (29 de outubro de 2020). «Congenital Syphilis: A U.S. Perspective». Children (em inglês) (11). 203 páginas. ISSN 2227-9067. PMC PMC7692780 Verifique
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(ajuda). PMID 29022569. doi:10.1038/nrdp.2017.73. Consultado em 23 de março de 2023 - ↑ Maschio-Lima, Taiza; Machado, Iara Lúcia de Lima; Siqueira, João Paulo Zen; Almeida, Margarete Teresa Gottardo (13 de janeiro de 2020). «Epidemiological profile of patients with congenital and gestational syphilis in a city in the State of São Paulo, Brazil». Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil (em inglês): 865–872. ISSN 1519-3829. doi:10.1590/1806-93042019000400007. Consultado em 23 de março de 2023
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- GALVIS, Alvaro; ARRIETA, Antonio. Congenital Syphilis: a u.s. perspective. Children, [S.L.], v. 7, n. 11, p. 203, 29 out. 2020. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/children7110203.
- PEELING, Rosanna W.; MABEY, David; KAMB, Mary L.; CHEN, Xiang-Sheng; RADOLF, Justin D.; BENZAKEN, Adele S.. Syphilis. Nature Reviews Disease Primers, [S.L.], v. 3, n. 1, p.[S.I], 12 out. 2017. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1038/nrdp.2017.73.
- ROSAURA, Moore. Embriologia Clínica – 6.ed. – Rio de Janeiro, GUANABARA KOOGAN, 2000.
- REZENDE, Jorge. Obstetrícia- 10 ed.- Rio de Janeiro, GUANABARA KOOGAN, 2005.
- VERONESI, Ricardo. Doenças Infecciosas e Parasitárias – 7.ed. – Rio de Janeiro, GUANABARA KOOGAN, 1987.