Morte de Fidel Castro
Fidel Alejandro Castro Ruz, o 15.º Presidente de Cuba, em 25 de novembro de 2016, morreu de causas naturais aos 90 anos em sua residência em Havana, Cuba. A morte de Fidel Castro foi anunciada publicamente por seu irmão que viria a ser o Presidente do país, Raúl Castro, através da rede de televisão estatal.[1][2][3] A notícia da morte de Castro, que governara a ilha caribenha por mais de cinco décadas, foi recebida com pesar pela maioria dos governos estrangeiros, como Dinamarca, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.[4] No entanto, uma grande multidão de cubano-americanos residentes em Miami celebraram o ocorrido como uma nova página na política externa do país.[5]
Segundo Raúl Castro, os restos mortais do líder cubano foram cremados "atendendo sua própria vontade expressa". O Conselho de Estado de Cuba decretou nove dias de luto nacional, desde seu falecimento até seu sepultamento em 4 de dezembro no Cemitério de Santa Efigênia, Santiago de Cuba.[6] A cerimônia fúnebre contou com a presença de inúmeros dignitários e chefes de Estado estrangeiros. Em 28 de novembro, milhares de populares participaram de um evento público em homenagem a Fidel Castro na Praça da Revolução.[7][8] Alguns líderes regionais, como o Presidente mexicano Enrique Peña Nieto e o Presidente venezuelano Nicolás Maduro, discursaram sobre o legado de Castro.[9][10][11]
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Em abril de 2016, Fidel Castro afirmou em reunião com o Partido Comunista de Cuba: "Eu farei 90 anos em breve. Então, serei como todos os outros. O tempo chegará para todos nós, mas os ideais dos comunistas cubanos permanecerão como prova neste planeta de que se são trabalhos com fervor e dignidade, podem produzir os bens materiais e culturais de que a humanidade precisa, e precisamos lutar sem parar para alcançá-los."[12] Em fevereiro de 2016, seu irmão mais velho, Ramón Castro Ruz, havia falecido aos 91 anos de idade.[13]
A morte de Castro era esperada na Flórida, onde a imprensa e oficiais do governo esperavam que o fato causaria celebrações caóticas e planos de mudança do regime político de Cuba. O governo da cidade de Miami até mesmo considerou abrir o Orange Bowl Stadium para celebrações pela multidão; algumas escolas funcionaram em meio-período; e forças policiais bloquearam alguns portos regionais para evitar que possíveis exilados cubanos aportassem na ilha [carece de fontes].
Funeral
[editar | editar código-fonte]Após a morte de Fidel Castro, seu irmão Raúl Castro anunciou: "De acordo com o desejado pelo Companheiro Fidel, seu corpo será cremado nas próximas horas".[14]
O ataúde contendo as cinzas de Castro foi disposto no Memorial José Martí, em Havana, nos dias 28 e 29 de novembro para homenagens públicas.[15] Numa cerimônia que reuniu milhares de apoiadores de Castro e liderada por Raúl Castro, vários líderes estrangeiros discursaram em sua homenagem, nomeadamente Enrique Peña Nieto, Rafael Correa, Evo Morales, Nicolás Maduro, Jacob Zuma, entre outros.[16][17][18] De 29 de novembro a 3 de dezembro, o ataúde foi transportado por 900 km até a cidade de Santiago de Cuba, refazendo o trajeto da "Caravana da Liberdade" de Janeiro de 1959, quando Castro tomou o poder.[19][20] Em 3 de dezembro, uma multidão se reuniu na Praça Antonio Maceo para outras homenagens a Castro. Em 4 de dezembro, as cinzas de Fidel foram sepultadas no Cemitério de Santa Efigênia, onde também se encontram os restos mortais de José Martí.[15]
Dignitários estrangeiros
[editar | editar código-fonte]Diversos países enviaram representantes ou chefes de Estado às cerimônias fúnebres de Fidel Castro; Em sua grande maioria, os chefes de Estado presentes eram da América Latina e da África.
Outros participantes do funeral, ainda que não do campo político, foram o ator e ativista social Danny Glover[21] e o futebolista argentino Diego Maradona.[22] O pregador e líder dos direitos civis estadunidense Jesse Jackson viajou a Cuba para as cerimônias, tendo realizado um discurso em Havana.[23]
Referências
- ↑ «Fidel Castro dies at 90». BBC News
- ↑ «Raul Castro annonce à la télévision la mort de son frère Fidel». Le Monde. 26 de novembro de 2016
- ↑ «Así anunció Raúl Castro la muerte de Fidel Castro». El País. 26 de novembro de 2016
- ↑ «Líderes da América Latina comentam morte de Fidel Castro». Agência Brasil. 26 de novembro de 2016
- ↑ «Donald Trump calls Fidel Castro 'brutal dictator'». BBC News. 26 de novembro de 2016
- ↑ «Funeral de Fidel é marcado para 4 de dezembro». Agência Brasil. 26 de novembro de 2016
- ↑ «Miles de cubanos rinden homenaje al comandante Fidel Castro». TeleSur. 28 de novembro de 2016
- ↑ «Millones de compatriotas honran a Fidel en la Plaza de la Revolución». Cuba Periodistas. Novembro de 2016
- ↑ Reséndiz, Francisco (29 de novembro de 2016). «Fidel Castro quise mucho a México: Peña Nieto». El Universal
- ↑ «Así le dijeron adiós a Fidel Castro los mandatarios latinoamericanos». CNN Español. 29 de novembro de 2016
- ↑ Alexander, Harriet (30 de novembro de 2016). «Plaza de la Revolucion fills for Fidel Castro for one final farewell». The Telegraph
- ↑ Carroll, Rory (19 de abril de 2016). «Fidel Castro bids farewell to Cuba's Communist party congress». The Guardian
- ↑ «Irmão do presidente de Cuba, Ramón Castro morre aos 91 anos». Exame. 24 de fevereiro de 2016
- ↑ «Fidel Castro, Cuba's longtime leader, dies at 90». RT
- ↑ a b «Complete Schedule for Funeral Rites of Fidel Castro in Cuba». Havana Times
- ↑ «World leaders bid farewell to Cuba's Fidel Castro». Miami Herald. 29 de novembro de 2016
- ↑ «Fidel Castro death: Cuba holds huge rally in Havana». BBC News. 30 de novembro de 2016
- ↑ «Cubans say goodbye to Fidel Castro's ashes in four-day funeral procession». The Guardian. 30 de novembro de 2016
- ↑ «Fidel Castro's ashes return to the city where the revolution began». Miami Herald. 3 de dezembro de 2016
- ↑ «Fidel Castro's funeral procession reaches final destination». Euro News. 12 de março de 2016
- ↑ Oppmann, Patrick (29 de novembro de 2016). «edition.cnn.com/2016/11/29/americas/cuba-fidel-castro-funeral-guests/index.html». CNN
- ↑ «'I feel Cuban': aradona arrives for Castro's funeral». Jamaica Observer. Consultado em 4 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 3 de dezembro de 2016
- ↑ «Rev. Jesse Jackson invited to speak at Fidel Castro's serice in Cuba». ABC News. 29 de novembro de 2016. Consultado em 4 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 1 de dezembro de 2016