Gregorio Antonio Maria Salviati
Gregorio Salviati | |
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Cardeal da Santa Igreja Romana | |
Prefeito do Tribunal da Assinatura Apostólica da Graça Cardeal-Protodiácono | |
Atividade eclesiástica | |
Diocese | Cúria Romana |
Serviço pastoral | Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica |
Nomeação | 10 de novembro de 1780 |
Predecessor | Giovanni Costanzo Caracciolo |
Sucessor | Leonardo Antonelli |
Mandato | 1780 - 1794 |
Ordenação e nomeação | |
Cardinalato | |
Criação | 23 de junho de 1777 por Papa Pio VI |
Ordem | Cardeal-diácono |
Título | Santa Maria da Scala (1777-1780) Santa Maria em Cosmedin (1780-1790) Santa Maria em Via Lata (1790-1794) |
Brasão | |
Dados pessoais | |
Nascimento | Florença 12 de dezembro de 1722 |
Morte | Roma 5 de agosto de 1794 (71 anos) |
Nacionalidade | italiano |
Sepultado | Santa Maria sopra Minerva |
dados em catholic-hierarchy.org Cardeais Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo |
Gregorio Antonio Maria Salviati (Florença, 12 de dezembro de 1722 – Roma, 5 de agosto de 1794) foi um cardeal italiano da Igreja Católica, Prefeito do Tribunal da Assinatura Apostólica da Graça e Cardeal-Protodiácono.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Vida Inicial
[editar | editar código-fonte]Era filho de Gian Vincenzo (1693-1757), Duque de Giuliano, e de Anna Maria Boncompagni Ludovisi (1687-1752), filha de Gregorio Boncompagni Ludovisi, Duque de Sora e Príncipe de Piombino.[1][2] Seu pai, embora residisse em Roma, sempre manteve fortes laços com Florença e, em particular, com a corte grão-ducal, onde, como seu pai e avô antes dele, ocupou o prestigioso cargo de caçador-mor. Ao casar-se com Anna Maria Boncompagni Ludovisi em 1719, garantiu para si e seus descendentes uma posição de respeito na sociedade romana, especialmente em círculos intimamente ligados à corte pontifícia.[1]
Segundo Moroni, ele recebeu uma educação adequada "à sua alta condição", sob a orientação, como era uma longa tradição entre os Salviati, de tutores especialmente recrutados.[3]
Vida religiosa
[editar | editar código-fonte]Em 18 de maio de 1733, aos 11 anos de idade, Gregorio recebeu dois benefícios menores na Arquidiocese de Pisa após a morte de seu tio-avô, o cardeal Alamanno Salviati – este último deve ter renunciado a eles em seu favor antes de morrer.[1]
Em maio de 1745 entrou na corte do Papa Bento XIV, que primeiro o nomeou camareiro secreto, e concedeu-lhe alguns meses depois um cargo de referendário da Assinatura Apostólica. Em 1747 foi enviado à Espanha para entregar o barrete ao cardeal Álvaro Mendoza. Tanto durante a viagem quanto assim que chegou ao seu destino, ele foi recebido magnificamente por personalidades proeminentes e de alto perfil. Teve, assim, a oportunidade de se familiarizar com a alta sociedade da época e de tornar seu nome conhecido. Finalmente, em junho de 1749, foi elevado à categoria de Prelado Doméstico. Em 1753, Bento XIV nomeou-o Inquisidor em Malta, cargo que ocupou até 1759. Na sequência, foi nomeado vice-legado em Avinhão, cargo ocupado até 1766. Retornando a Roma, foi nomeado comissário-geral do exército papal. Entrou assim por direito na Câmara Apostólica, da qual se tornaria auditor-geral em 1775.[1][2]
Cardinalato
[editar | editar código-fonte]Foi criado cardeal pelo Papa Pio VI, no Consistório de 23 de junho de 1777, recebendo o barrete vermelho em 26 de junho e o título de cardeal-diácono de Santa Maria da Scala, no dia 28 de julho do mesmo ano.[2][4]
Foi membro das Sagradas Congregações dos Bispos e Regulares, Concílio, Propaganda Fide, Ritos, Imunidade Eclesiástica, Bom Governo, Fábrica de São Pedro, Basílica de São Pedro, Cerimonial Sagrado e Disciplina dos Regulares. Optou pela diaconia de Santa Maria em Cosmedin em 27 de setembro de 1780.[1][2][4]
Em 10 de novembro de 1780, foi nomeado Prefeito do Tribunal da Assinatura Apostólica da Graça e no ano seguinte, nomeado Cardeal Protetor da Irlanda.[1][2]
Gregorio havia obtido uma licença, renovada até sua morte, que o isentava de receber ordens maiores, do subdiaconato até o sacerdócio. O seu irmão mais velho, Averardo, não tinha herdeiros homens: daí a necessidade de não impedir um possível casamento, para que a família não fosse extinta. Seu irmão mais novo, Antonino, um cavaleiro de Malta, também havia recebido um perdão semelhante que o isentava de pronunciar os votos geralmente exigidos de um cavaleiro.[1]
É provável que a nomeação como Prefeito da Tribunal da Assinatura Apostólica da Graça não tenha sido alheia a essas preocupações. No século XVIII, o tribunal foi quase completamente esvaziado de suas funções, que haviam sido absorvidas pela Dataria, e agora não se reuniam mais do que uma ou duas vezes por ano. Em essência, o pontífice pretendia libertar Gregorio de tarefas muito onerosas. Antonino e Averardo morreram em 1768 e 1783, respectivamente, ambos sem herdeiros homens. Tratava de administrar os enormes bens imobiliários deixados por seu irmão mais velho, estimado na época em mais de um milhão e meio de scudi, e designar, com todas as precauções legais necessárias, um herdeiro para esse patrimônio: a escolha recairia sobre sua sobrinha Anna Maria, filha de Averardo, que em 1768 havia se casado com o príncipe Marcantonio Borghese, e sobre o conde Carlo Caprara, filho de sua irmã Ippolita.[1]
Tornou-se protetor da Ordem dos Frades Menores Conventuais, em agosto de 1783; da Ordem de São João de Jerusalém, em fevereiro de 1787; da Terra Santa, em dezembro de 1788; bem como de numerosas igrejas, confrarias, instituições religiosas da Santa Sé e quatro universidades. Optou pela diaconia de Santa Maria em Via Lata em 29 de novembro de 1790, quando se torna o cardeal-protodiácono.[2]
Depois que a Revolução eclodiu na França, ele foi convidado a se juntar, juntamente com os cardeais Gian Francesco Albani, Vitaliano Borromeo, Leonardo Antonelli, Filippo Campanelli e Guglielmo Pallotta, à Congregação para os Assuntos da França, que deveria examinar a situação que se seguiu à promulgação da Constituição Civil do Clero e orientou as decisões difíceis do Papa Pio VI.[2][1]
Em 5 de abril de 1794, o cardeal morreu em Roma, no Palazzo Salviati alla Lungara, como o último representante dos dois principais ramos da família, o florentino e o romano. O funeral ocorreu em 7 de abril na igreja de Santa Maria sopra Minerva, celebrado pelo cardeal Giovanni Battista Caprara, onde foi sepultado, no túmulo de sua família na capela de Santo Antonino.[2][1]
Referências
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «The Cardinals of the Holy Roman Church» (em inglês)
- Cheney, David M. «Gregorio Antonio Maria Cardinal Salviati» (em inglês). Catholic-Hierarchy.org
- «Gregorio Antonio Maria Salviati» (em inglês). GCatholic.org
- «SALVIATI, Gregorio Antonio Maria» (em italiano). Enciclopédia Treccani, di Pierre Hurtubise - Dizionario Biografico degli Italiani - Volume 90 (2017)
Precedido por Saverio Canali |
Cardeal-diácono de Santa Maria da Scala 1777 — 1780 |
Sucedido por Filippo Campanelli |
Precedido por Pasquale Acquaviva d'Aragona |
Cardeal-diácono de Santa Maria em Cosmedin 1780 — 1790 |
Sucedido por Fernando Spinelli |
Precedido por Giovanni Costanzo Caracciolo |
Prefeito do Tribunal da Assinatura Apostólica 1780 — 1794 |
Sucedido por Leonardo Antonelli |
Precedido por: Ignazio Boncompagni-Ludovisi |
Cardeal-Protodiácono |
Sucedido por: Vincenzo Maria Altieri |
Cardeal-diácono de Santa Maria em Via Lata 1790 — 1794
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