Albia Dominica
Albia Dominica | |
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Imperatriz-consorte romana do oriente | |
Reinado | 364 — 378 |
Consorte | Valente |
Antecessor(a) | Marina Severa |
Sucessor(a) | Flávia Máxima Constância (no ocidente) Élia Flacila (no oriente) |
Nascimento | c. 337 |
Morte | fl. 378 |
Dinastia | Valentiniana |
Pai | Petrônio |
Filho(s) | Anastácia Carosa Valentiniano Gálata |
Albia Dominica foi uma imperatriz-consorte romana do oriente, esposa do imperador Valente (r. 364-378)[1]. Dominica era filha do poderoso e impopular prefeito pretoriano Petrônio, odiado por sua avareza e crueldade.
Família
[editar | editar código-fonte]A impopularidade do pai dela era tamanha que provocou à revolta de Procópio, um rival de Valente, em 365[2].
Amiano Marcelino relata que ele era um homem desagradável e cruel[3] originário provavelmente da Panônia, mas cuja ascendência se desconhece. Vários de seus familiares tinham posições influentes, sendo um possível parente, Domnico, um oficial de Valente mencionado na Oração II de Libânio. Procópio, o prefeito de Constantinopla em 377, é mencionado por Zósimo como sendo um parente de Valente através da esposa e é possível, pelo relato, que ele também fosse parente de Albia Dominica[4].
Alguns estudiosos sugerem que os ascendentes de Dominica eram originários de famílias de língua grega de Sírmio, a capital da Prefeitura pretoriana da Ilíria. O matrimônio com uma família grega pode ter ajudado a fortalecer o controle de Valente sobre o Império Romano do Oriente, já completamente helenizado[5].
Matrimônio
[editar | editar código-fonte]Albia se casou com Valente por volta de 354 e deu-lhe duas filhas, Anastácia e Carosa, antes do tão esperado varão, seu filho e herdeiro Valentiniano Galates (366-373). Segundo Sócrates Escolástico e Sozomeno, ambas foram educadas por Marciano, um antigo palatinus que havia se tornado um presbítero novacianista e cujo serviço na corte garantiu uma postura tolerante de Valente para com esta seita cristã[6].
Escândalos religiosos e a morte de Galates
[editar | editar código-fonte]A história da igreja cristã no princípio do século IV foi marcada pela controvérsia sobre a Trindade representada sobretudo pelo arianismo. O Primeiro Concílio de Niceia, em 325, definiu o credo niceno, que declarava que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram todos iguais entre si e eram da mesma substância (ousia). O teólogo Ário, o fundador do arianismo, não concordava e pregava que as três partes da Trindade estavam separadas materialmente entre si e que o Pai criara o Filho a partir do nada. Dominica era ariana e havia rumores de que ela havia convertido o marido[7]. Segundo Teodoreto, por volta de 367 Dominica convenceu Valente a se batizar com Eudóxio de Antioquia, o arcebispo de Constantinopla e um dos mais influentes e poderosos arianos[6].
Valente foi um dos poucos imperadores do século IV a favorecer abertamente o arianismo e Alba é acusada, sem provas, de ter convencido o imperador a perseguir os cristãos nicenos, incluindo a muitos bispos proeminentes, um fato corriqueiro em seu reinado[8]. O imperador também promoveu uma "caça às bruxas" entre 371-372 no qual quase todos os filósofos pagãos do Império do Oriente foram assassinados[9].
A morte súbita do jovem Valentiniano foi um grande golpe para seus pais e foi um evento permeado de discussões e escândalos religiosos. Segundo Sócrates, Dominica teria dito ao esposo que tivera visões de que a enfermidade do filho era um castigo pelos maus tratos dispensados ao bispo Basílio de Cesareia, um niceno fervoroso e adversário dos arianos. Quando pediram a ele que rezasse pelo garoto, diz-se que Basílio teria respondido que a conversão do imperador era a condição necessária para a sobrevivência de seu filho. Valente não concordou com o pedido e batizou o filho na fé ariana. Basílio respondeu dizendo que o desejo de Deus logo se cumpriria e Galates morreu logo depois[10][11].
Derrota em Adrianópolis e a morte de Valente
[editar | editar código-fonte]Valente morreu combatendo os godos na Batalha de Adrianópolis em 9 de agosto de 378, mas não se conhecem as circunstâncias exatas. Os godos continuaram sua marcha para o leste e atacaram Constantinopla. Como não havia um imperador para liderar as forças romanas, a imperatriz Dominica se viu obrigada a organizar um contra-ataque. Ela pagou com recursos do tesouro imperial a todo voluntário que dispusesse a pegar em armas contra os invasores[12].
Depois da morte do marido, Dominica governou como regente de facto e defendeu Constantinopla contra os invasores godos até a chegada do sucessor de seu marido, Teodósio I. A data e a causa da morte da imperatriz são desconhecidas[11].
Ver também
[editar | editar código-fonte]Albia Dominica Nascimento: c. 337 Morte: ?
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Títulos reais | ||
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Precedido por: Marina Severa |
Imperatriz-consorte romana do oriente 364–378 com Marina Severa (364–c. 370) Justina (370–375) Flávia Máxima Constância (374–378) |
Sucedido por: Flávia Máxima Constância No Império Romano do Ocidente |
Sucedido por: Élia Flacila No Império Romano do Oriente |
Referências
- ↑ Smith, William, ed. (1862). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. Valens. Londres: Spottiswoodes and Shaw. pp. 1202–1205
- ↑ Grant, Michael (1985). The Roman Emperors. Londres: Weidenfeld and Nicolson. pp. 263–265
- ↑ Amiano Marcelino, Antigüedades romanas, libro 26, capítulo 6, traducción al inglés del año 1940 por John Carew Rolfe
- ↑ Noel Emmanuel Lenski, "Failure of Empire:Valens and the Roman State in the Fourth Century A.D" (2003), p. 62-63
- ↑ Noel Emmanuel Lenski, "Failure of Empire:Valens and the Roman State in the Fourth Century A.D" (2003), p. 63
- ↑ a b Thomas M. Banchich, "Domnica Augusta, Wife of the Emperor Valens"
- ↑ Philip Schaff. Theodoret, Jerome, Gennadius, and Rufinus: Historical Writings. Vol. 3. Edimburgo: T & T Clark, 1892. Christian Classics Ethereal Library. 17 de maio de 2007 [1].
- ↑ Schaff, Philip. Theodoret, Jerome, Gennadius, and Rufinus: Historical Writings. Vol. 3. Edimburgo: T & T Clark, 1892. Christian Classics Ethereal Library. 17 de maio de 2007 [2].
- ↑ Lewis, Naphtali, y Meyer Reinhold, eds. Roman Civilization: Volume II: the Empire. Nueva York: Columbia UP, 1990. 594-597, 614-615.
- ↑ Socrates (1853). Walford, Edward, de Valois, Henri, ed. The Ecclesiastical History of Socrates. Londres: Bohn. pp. 211–261
- ↑ a b Banchich, Thomas (11 de março de 1997). «Domnica Augusta, Wife of the Emperor Valens». Canisius College. Consultado em 16 de julho de 2013
- ↑ Lenski, Noel (1997). «Initium mali Romano imperio: Contemporary Reactions to the Battle of Adrianople». Transactions of the American Philogical Association. 127. pp. 129–168. doi:10.2307/284390
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- J. McCabe, The Empresses of Rome (1911).
- "Women in power Year 1- 500" url acceso 10 de janeiro de 2007
- Socrates (1853). Walford, Edward, de Valois, Henri, eds. The Ecclesiastical History of Socrates. Londres: Bohn. pp. 211–261
- Banchich, Thomas (11 de março de 1997). «Domnica Augusta, Wife of the Emperor Valens». Canisius College. Consultado em 5 de outubro de 2007
- Grant, Michael (1985). The Roman Emperors. Londres: Weidenfeld and Nicolson. pp. 263–265
- Lewis, Naphtali, y Meyer Reinhold, eds. Roman Civilization: Volume II: the Empire. Nueva York: Columbia UP, 1990. 594-597, 614-615.
- Schaff, Philip. Theodoret, Jerome, Gennadius, and Rufinus: Historical Writings. Vol. 3. Edinburgh: T & T Clark, 1892. Christian Classics Ethereal Library. 17 de maio de 2007.