Saltar para o conteúdo

Antônio Calado

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Antônio Callado
Nome completo Antônio Carlos Callado
Nascimento 26 de janeiro de 1917
Niterói, RJ
Morte 28 de janeiro de 1997 (80 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Ana Arruda Callado
Ocupação Jornalista, romancista, biógrafo e dramaturgo
Prêmios Prêmio Juca Pato (1986)
Magnum opus A Madona de Cedro

Antônio Carlos Callado[nota 1][1] (Niterói, 26 de janeiro de 1917Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1997) foi um jornalista, romancista, biógrafo e dramaturgo brasileiro.[1]

Nascido em Niterói (RJ), em 1917, Antônio Carlos Callado começou a escrever em jornais, desde a sua juventude.[2]

Antônio Callado, apesar de formado em Direito (1939), nunca exerceu atividade na área jurídica. Militou na imprensa diária no período entre 1937 a 1941, nos jornais cariocas O Globo e Correio da Manhã.[1] Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, transfere-se para Londres onde trabalhou para a BBC até 1947. Depois da libertação de Paris, trabalhou no serviço brasileiro da Radiodiffusion française.

Na Europa descobre "sua tremenda fome de Brasil". Lê incansavelmente literatura brasileira e alimenta o desejo de, ao voltar, conhecer o interior do país. Na volta, satisfaz esse desejo ao fazer grandes reportagens pelo Nordeste, pelo Xingu, sobre Francisco Julião, Miguel Arraes e outras.

Atuou como redator-chefe do Correio da Manhã de 1954 a 1960, quando foi contratado pela Enciclopédia Britânica para chefiar a equipe que elaborou a primeira edição da Enciclopédia Barsa, publicada em 1963.[1] Redator do Jornal do Brasil, cobriu, em 1968, a Guerra do Vietnã. Em 1974, dá aulas nas universidades de Cambridge, na Grã-Bretanha, e Columbia, nos Estados Unidos. Em 1975, quando trabalhava no Jornal do Brasil, deixa a rotina das redações para dedicar-se profissionalmente à literatura.

Callado estreou na literatura em 1951, mas sua produção na década de 1950 consiste basicamente em peças teatrais, todas encenadas com enorme sucesso de crítica e público. Mas a mais bem sucedida foi Pedro Mico, dirigida por Paulo Francis, com o arquiteto Oscar Niemeyer em inusitada incursão pela cenografia, e Milton Moraes criando o papel-título. Foi transformada em filme estrelado por Pelé.

A produção de romances toma impulso nas décadas de 1960 e 1970, período em que surgem seus trabalhos mais importantes. Alinhado entre os intelectuais que se opunham ao regime militar, tendo por isso sido preso duas vezes, Callado revela em seus romances seu compromisso político, principalmente naquele que muitos consideram o romance mais engajado daquelas décadas, Quarup.

Callado escrevia à mão e mantinha uma rotina de trabalho, com horário rígido para todas as atividades, que incluíam duas caminhadas por dia. Mandou fazer uma mesinha portátil que o acompanhava pela casa toda, permitindo-lhe escrever em qualquer lugar. Não discutia, nem comentava seu trabalho com ninguém, até que estivesse finalizado.

Em 1994 foi eleito para ocupar a Cadeira nº 8, da Academia Brasileira e Letras, em sucessão a Austregésilo de Athayde.[3]

Recebeu várias condecorações e prêmios, no Brasil e no exterior. Morreu dois dias depois de completar 80 anos. De seu casamento em 1943 com Jean Maxine Watson, inglesa, funcionária da BBC, teve três filhos, entre eles a atriz Tessy Callado. Em 1976, casou-se com Ana Arruda

  • O fígado de Prometeu, teatro (1951)
  • Esqueleto na Lagoa Verde, reportagem (1953)
  • A assunção de Salviano, romance (1954)
  • A cidade assassinada, teatro (1954)
  • Frankel, teatro (1955)
  • A Madona de Cedro, romance (1957)
  • Retrato de Portinari, biografia (1957)
  • Pedro Mico, teatro (1957)
  • Colar de coral, teatro (1957)
  • Os industriais da seca, reportagem (1960)
  • O tesouro de Chica da Silva, teatro (1962)
  • Forró no Engenho Cananeia, teatro (1964)
  • Tempo de Arraes, reportagem (1965)
  • Quarup, romance (1967)
  • Vietnã do Norte, reportagem (1969)
  • Bar Don Juan, romance (1971)
  • Reflexos do baile, romance (1976)
  • Sempreviva, romance (1981)
  • A expedição Montaigne, romance (1982)
  • A revolta da cachaça, teatro, coletânea de 4 peças (1983)
  • Entre o deus e a vasilha, reportagem (1985)
  • Concerto carioca, romance (1985)
  • Memórias de Aldenham House, romance (1989)
  • O homem cordial e outras histórias, contos (1993)
  • Antonio Callado, repórter, reportagem (2005).

Notas

  1. Pela grafia arcaica, Antonio Carlos Callado. Segundo a onomástica, os nomes de pessoas falecidas devem ser referenciados conforme a regra ortográfica em vigor.

Referências

  1. a b c d «Antônio Carlos Calado». ufcg.edu.br. Consultado em 26 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 4 de março de 2016 
  2. Silva, Maria da Conceição dos Santos (2007). Quando o escritor toma partido: ficção e história em Bar Don Juan, Tese de mestrado em Estudos Românicos apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
  3. https://www.academia.org.br/academicos/antonio-callado

Academia Brasileira de Letras

[editar | editar código-fonte]

Foi admitido na Academia Brasileira de Letras em 1994 e tornou-se o quarto ocupante da cadeira 8, em substituição a Austregésilo de Ataíde, por várias décadas presidente da Academia.

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikiquote Citações no Wikiquote
Textos de Callado online

Precedido por
Austregésilo de Ataíde
ABL - quarto acadêmico da cadeira 8
1994 — 1997
Sucedido por
Antônio Olinto