Capela real de Dreux
Capela Real de Dreux | |
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Vista externa da Capela Real | |
Informações gerais | |
Tipo | capela sepulcral |
Estilo dominante | Gótico |
Arquiteto(a) | Claude-Philippe Cramail, Pierre-Bernard Lefranc |
Início da construção | 1816 |
Religião | catolicismo |
Diocese | Diocese Católica Romana de Chartres |
Página oficial | [1] |
Geografia | |
País | França |
Localização | Dreux |
Região | Eure-et-Loir |
Coordenadas | 48° 44′ 18″ N, 1° 21′ 48″ L |
Localização em mapa dinâmico |
A Capela Real de Dreux, ou Capela Real Saint-Louis de Dreux (em francês: Chapelle Royale de Dreux), é o tradicional local de sepultamento da família real francesa da Casa de Orléans. Está localizada nos terrenos do Castelo de Dreux, em Eure-et-Loir. Hoje pertence à Fundação Saint-Louis, criada em 1974, cujo atual presidente honorário é o mais velho dos Orléans, Jean, Conde de Paris.
A capela real foi classificada como monumento histórico desde 12 de dezembro de 1977.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Na década de 1770, Luís João Maria de Bourbon, Duque de Penthièvre era um dos maiores proprietários de terras na França antes da Revolução francesa. Em 1775, as terras do condado de Dreux foram dadas por Penthièvre por seu primo, o rei Luís XVI. Em 1783, o Duque vendeu o seu domínio de Rambouillet, a Luís XVI. No dia 25 de novembro do mesmo ano, em longa procissão religiosa, Penthièvre trasferiu nove caixões contendo os restos mortais de seus pais, Luís Alexandre de Bourbon, Conde de Toulouse e Maria Vitória de Noailles, sua esposa, a princesa Maria Teresa Felicidade d'Este, e seis dos seus sete filhos, de uma pequena igreja medieval próxima ao castelo de Rambouillet, para a capela da Collégiale Saint-Étienne de Dreux.[2]
Penthièvre morreu em março de 1793 e o seu corpo foi sepultado na cripta ao lado de seus pais. No dia 21 de novembro do mesmo ano, em meio à Revolução francesa, uma multidão profanou a cripta e jogou os dez corpos em uma vala comum no cemitério Chanoines do Collégiale Saint Étienne. Em 1816, a filha do Duque de Penthièvre, Luísa Maria Adelaide de Bourbon, Duquesa de Orléans, construiu uma nova capela no local da vala comum do cemitério Chanoines, como o lugar de descanso final para sua família. Em 1830, Luís Filipe I, Rei dos franceses, filho da Duquesa de Orléans, decorou e ampliou a capela, que foi renomeada para a Capela Real de Dreux, agora a necrópole da Família Real Orléans.
Lista de sepultamentos
[editar | editar código-fonte]Os túmulos dos Orleans (numerados de 1 a 64) estão distribuídos em dois níveis: o ambulatório e a cripta.[3]
Ambulatório
[editar | editar código-fonte]1 - Luís Filipe I (1773-1850), rei dos franceses.
2 - Maria Amélia de Nápoles e Sicília (1782-1866), rainha dos franceses, esposa de Luís Filipe I.
3 - Fernando Filipe, Príncipe Real (1810-1842), filho mais velho de Luís Filipe e Maria Amélia.
4 - Helena de Mecklemburgo-Schwerin (1814-1858), esposa de Fernando Filipe.
5 - Maria Adelaide de Bourbon (1753-1821), mãe de Luís Filipe I.
6 - Adelaide de Orleans (1777-1847), irmã mais nova de Luís Filipe I.
7 - Maria Clementina da Áustria (1798-1881), mãe da Duquesa de Aumale.
Ambulatório Norte
[editar | editar código-fonte]8 - Filipe, Conde de Paris (1838-1894), neto mais velho de Luís Filipe I.
9 - Maria Isabel da Espanha (1848-1919), condessa de Paris, esposa de Filipe.
10 - Filipe, Duque de Orleães (1869-1926), filho mais velho dos anteriores.
11 - Túmulo vazio, destinado a Maria Doroteia da Áustria (1867-1932), esposa do anterior.
12 - Fernando, Duque de Montpensier (1884-1924), filho mais novo de Filipe e Maria Isabel (número 8 e 9).
13 - Henrique, Duque de Aumale (1822-1897), filho de Luís Filipe I.
14 - Maria Carolina das Duas Sicílias (1822-1869), duquesa de Aumale, esposa do anterior.
14 - Francisco, Duque de Guise (1854-1872), filho dos anteriores.
15 - Luís, Príncipe de Condé (1845-1866), filho de os duques de Aumale.
16 e 17 -
- Túmulo duplo de outros cinco filhos dos duques de Aumale: Henrique (1847-1847), uma filha (1849-1849), dois filhos natimortos em 1861 e 1864, e Francisco Paulo (1852-1852).
18 - Fernando da Espanha (1859-1873), filho do Duque de Montpensier, neto de Luís Filipe I.
19 - Luís da Espanha (1867-1874), irmão do anterior.
20 - Carlos de Orléans (1875-1875), filho de Filipe, Conde de Paris (número 8).
21 - Jacques de Orléans (1880-1881), irmão do anterior.
22 - Carlos, Duque de Penthièvre (1820-1828), filho de Luís Filipe I.
23 - Batilde de Orléans (1750-1822), princesa de Condé, duquesa de Bourbon, tia de Luís Filipe I.
24 - Vitória de Saxe-Cobourgo-Koháry (1822-1857), duquesa de Némours, nora de Luís Filipe I.
Ambulatório Sul
[editar | editar código-fonte]25 - Luís, Duque de Némours (1814-1896), filho de Luís Filipe I.
26 - Fernando, Duque de Alençon (1844-1910), filho do anterior.
27 - Sofia Carlota na Baviera (1847-1897), esposa do anterior.
28 e 29 -
- Emanuel, Duque de Vendôme (1872-1931), filho dos anteriores.
- Henriqueta da Bélgica (1870-1948), duquesa de Vendôme, esposa do anterior.
- Também enterrados no túmulo de seus pais e avós: Geneviève de Orleans (1901-1983), marquesa de Chaponay, e sua filha Henryane de Chaponay (1924-2019).[4]
30 - Sofia de Orléans (1898-1928), filha dos duque de Vendôme, anteriores.
31 - Francisco, Príncipe de Joinville (1818-1900), filho de Luís Filipe I.
32 - Francisca do Brasil (1824-1898), princesa de Joinville, esposa do anterior.
33 - Pedro, Duque de Pentrièvre (1845-1919), filho dos anteriores.
34 -
- Leopoldina de Orléans (1848-1849), irmã do anterior, e um filho natimorto (1870-1870) dos duques de Chartres, seguintes.
35 - Roberto, Duque de Chartres (1840-1910), filho de Filipe, Conde de Paris (número 8).
36 - Francisca de Orléans (1844-1925), duquesa de Chartres, esposa do anterior e filha dos príncipes de Joinville (número 28 e 29).
37 - Roberto de Orléans (1866-1885), filho dos anteriores.
38 - Henrique de Orléans (1867-1901), irmão do anterior.
39 - João, Duque de Guise (1874-1940), irmão dos anteriores.
40 - Isabel de Orléans (1878-1961), duquesa de Guise, esposa do anterior e filha dos condes de Paris (número 8 e 9).
41 - Maria de Orléans (1813-1839), duquesa de Württemberg, filha de Luís Filipe I.
42 - Francisca de Orléans (1816-1818), filha de Luís Filipe I.
Cripta
[editar | editar código-fonte]Devido à saturação do ambulatório da capela real, os enterros mais recentes dos membros da família de Orleans acontecem na Cripta. A Cripta é dividida em três salas, incluindo uma circular, conectadas por galerias.[5]
A grande sala circular, a maior, foi remodelada na década de 1950 e atribuída por Henrique, Conde de Paris (1908-1999), ancião dos Orleans e chefe da casa, ao enterro de seus descendentes.
43 - Henrique, Conde de Paris (1908-1999), filho dos duques de Guise (número 39 e 40).
44 - Isabel de Orléans e Bragança (1911-2003), condessa de Paris, esposa do anterior.
45 - Henrique, Conde de Paris (1933-2019), filho mais velho dos anteriores.
46 - Francisco, Conde de Clermont (1961-2017), filho mais velho do anterior.
47 - Francisco, Duque de Orleães (1935-1960), filho dos condes de Paris (número 43 e 44).
48 - Thibaut, Conde de la Marche (1948-1983), irmão do anterior.
49, 50, 51, 52, 53, 54 e 55: desocupados.
Cripta norte
[editar | editar código-fonte]A cripta norte foi inicialmente designada, após o exílio, para o enterro de membros da família de Orléans-Bragança, ramo mais novo e brasileiro da casa de Orléans através de Gastão de Orléans, Conde d’Eu (1842-1922), neto de Luís Filipe I que se tornou príncipe brasileiro após casar-se com a princesa Isabel do Brasil (1846-1921). Os túmulos são esculpidos no modelo do ambulatório.[6]
56 - Antônio de Orléans e Bragança (1881-1918), filho de Gastão e Isabel, e bisneto de Luís Filipe I.
57 - Luís de Orléans e Bragança (1878-1920), irmão do anterior, filho de Gastão e Isabel.
58 - Maria Pia das Duas Sicílias (1878-1974), princesa imperial do Brasil, esposa do anterior.
59 - Luís Gastão de Orléans e Bragança (1911-1931), filho dos anteriores.
60 - Luís Filipe de Orléans (1979-1980), filho de Thibaut, Conde de la Marche (número 48).
61 - Antônio, Duque de Montpensier (1775-1807), irmão de Luís Filipe I.
Cripta sul
[editar | editar código-fonte]A cripta sul foi inicialmente designada para o enterro de Carlos Filipe, Duque de Némours (1905-1970), último descendente masculino do ramo puîné da casa de Orléans de Fernando, Duque de Alençon (1844-1910), neto de Luís Filipe I e irmão do Conde d’Eu.
62 - Carlos Filipe, Duque de Némours (1905-1970), filho dos duques de Vendôme (número 28 e 29).
63 - Marguerite Watson (1899-1993), duquesa de Némours, esposa do anterior.
Esses túmulos pertenceram inicialmente a Gastão, Conde d’Eu e a princesa Isabel do Brasil, antes que seus restos mortais sejam repatriados para o Brasil, e ficavam instalados no local atual do túmulo do Conde de la Marche (número 48).[7]
64 - Luís Carlos, Conde de Beaujolais (1779-1808), irmão de Luís Filipe I.
Sepultado Anteriormente
[editar | editar código-fonte]- Gastão, Conde d’Eu (1842–1922), neto do rei Luís Filipe I. Transladado em 1953 para a Cripta da Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé no Rio de Janeiro.[7]
- Isabel, Princesa Imperial do Brasil (1846-1921), esposa de Gastão. Transladada em 1953 para a Cripta da Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé no Rio de Janeiro.
Referências
- ↑ https://pop.culture.gouv.fr/notice/merimee/PA00097097
- ↑ G. Lenotre, Le Château de Rambouillet, six siècles d'histoire, Calmann-Lévy, Paris, 1930, reprint: Denoël, Paris, 1984, (215 pages), chapter 5: Le prince des pauvres, pp. 78-79
- ↑ Édouard Lefèvre, Documentos do condado e da cidade de Dreux, p. 190.
- ↑ Nicolas Énache, A descendência de Maria Teresa de Habsburgo — Rainha da Hungria e da Boêmia, Paris, 1996.
- ↑ Garnier-Pelle 2023,pá. 171.
- ↑ Eustache de Rotrou, , Dreux, Lacroix,1879, 127p. p. 93
- ↑ a b Barman. [S.l.: s.n.] 2002. p. 234