Conde de Odemira
O título de Conde de Odemira foi um título nobiliárquico de Portugal. Foi atribuído a D. Sancho de Noronha por decreto de D. Afonso V de Portugal datado de 9 de Outubro de 1446.
Sancho de Noronha era o terceiro filho de Afonso Henriques, conde de Gijón e Noronha, filho natural de Henrique II de Castela, e de sua mulher, a Infanta Isabel de Portugal, filha natural de D. Fernando I de Portugal e prima de D. Duarte (1433-1438). O primeiro conde de Odemira era irmão do 2.º conde de Vila Real. Foi Governador de Ceuta de 1451 a 1460.
Anselmo Braamcamp Freire na sua obra Brasões da Sala de Sintra dedica o primeiro capítulo da obra aos Noronha,[1] e inclui ainda um resumo biográfico do primeiro conde de Odemira, assim como do 3.º, no apêndice da mesma obra.[2]
Condes de Odemira (1446)
[editar | editar código-fonte]Titulares
[editar | editar código-fonte]- Sancho de Noronha, 1.º conde de Odemira (c.1390-?)
- Maria de Noronha, 2.ª condessa de Odemira, filha do anterior, casada com D. Afonso, 1.º Conde de Faro, 2.º conde de Odemira jure uxoris
- Sancho de Noronha, 3.º conde de Odemira (c.1470-1520), filho dos anteriores
- Sancho de Noronha, 4.º conde de Odemira (c.1515-1573), neto do anterior
- Afonso de Noronha, 5.º conde de Odemira (c.1535-1578), filho do anterior, morreu na batalha de Alcácer Quibir
- Sancho de Noronha, 6.º conde de Odemira (1579-1641)
- Francisco de Faro, 7.º conde de Odemira (c.1575-1661), um primo distante de um ramo colateral
- Maria de Faro, 8.ª condessa de Odemira (c.1610-1664), casada com D. Nuno Álvares Pereira de Melo, 1.º Duque de Cadaval
- Joana de Faro (1661-1669), última condessa de Odemira e condessa de Tentúgal (na qualidade de herdeira do ducado de Cadaval).
Armas
[editar | editar código-fonte]As armas de D. Sancho de Noronha, 1.º conde de Odemira, eram as do seu irmão o 2.º conde de Vila Real: esquartelado: o I e IV de prata, com cinco escudetes de azul em cruz, cada um carregado com cinco besantes do campo, bordadura de vermelho carregada de sete castelos de ouro (Portugal); o II e III de vermelho, com um castelo de ouro (Castela), o campo mantelado de prata, com dois leãoes batalhantes de púrpura, linguados de vermelho (Leão), bordadura de escaques de ouro e de veirado de vermelho e prata, de vinte peças. Timbre: Leão sainte de púrpura, armado de vermelho.
Estas armas encontram-se no Livro do Armeiro-Mor (fl 47v), no Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas (fl 9r), no Thesouro de Nobreza (fl 26r, dos condes de Vila Verde e dos condes de Linhares), etc. Encontram-se tambem na Sala de Sintra.
Os seus sucessores com varonia Bragança, a partir do terceiro conde, usaram: de prata, com uma aspa de vermelho carregada com cinco escudetes das armas do reino, diferençadas por um filete de negro em banda (Noronhas do Conde de Odemira).[3]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Condados do século XV
[editar | editar código-fonte]- Conde de Vila Real (1424)
- Conde de Marialva (1440)
- Conde de Atouguia (1448)
- Conde de Monsanto (1460)
- Conde de Valença (1464)
- Conde de Abrantes (1476)
- Conde de Caminha (1476)
- Conde de Olivença (1476)
- Conde de Cantanhede (1479)
- Conde da Feira (1481)
- Conde de Alcoutim (1496)
- Conde de Portalegre (1498)
Notas
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Livro do Armeiro-Mor (1509). 2.ª edição. Prefácio de Joaquim Veríssimo Serrão; Apresentação de Vasco Graça Moura; Introdução, Breve História, Descrição e Análise de José Calvão Borges. Academia Portuguesa da História/Edições Inapa, 2007
- Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas (António Godinho, Séc. XVI). Fac-simile do MS. 164 da Casa Forte do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Introdução e Notas de Martim Albuquerque e João Paulo de Abreu e Lima. Edições Inapa, 1987
- Nobreza de Portugal e Brasil. Vol. III, p. 65-68. Zairol, 1989
- FREIRE, Anselmo Braamcamp: Brasões da Sala de Sintra. 3 Vols. 3ª Edição, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1996