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Jornada Internacional de Cinema da Bahia

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Anúncio para a edição XXXIV.

A Jornada de Cinema da Bahia é um dos mais antigos festivais de cinema do Brasil, sendo voltado para o documentário e para o cinema de caráter social e político.[1]

Primeiras edições

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A primeira Jornada aconteceu em Salvador, em janeiro de 1972, com o nome de "Jornada Baiana de Curta-metragem", já por iniciativa do documentarista, professor e agitador cultural Guido Araújo (1946-2017)[1][2], que permaneceu enquanto era vivo como Diretor Geral do evento. As projeções dos filmes aconteceram na Biblioteca Central dos Barris e no Instituto Cultural Brasileiro Alemão (ICBA, mais tarde Instituto Goethe).

Na segunda Jornada, em setembro de 1973, um grupo de cineastas presentes fundou a Associação Brasileira de Documentaristas. A partir daí, nos anos seguintes e até o final da ditadura militar, a Jornada da Bahia tornou-se um foco de resistência do cinema independente e da cultura brasileira contra o autoritarismo.[1]

Internacionalização

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A partir de 1985, em sua 14ª edição, a Jornada tornou-se internacional, passando a exibir filmes de vários países além do Brasil, com foco na América Latina, Caribe e Europa Ibérica. Nas mostras competitivas, são aceitas produções de curta e média-metragem em 16 e 35 mm (e, nos últimos anos, também em vídeo), além de documentários de longa-metragem.[carece de fontes?]

O Troféu Glauber Rocha foi instituído como principal premiação de cada edição do certame, sendo distribuídos ainda anualmente os "Prêmios Tatu" - Tatu de Ouro para o melhor filme de cada categoria e Tatu de Prata para as categorias técnicas.[3]

Em 1990, com o Plano Collor e a extinção de todo o sistema de apoio à Cultura do país, a Jornada da Bahia não aconteceu, só voltando a ser realizada em setembro de 1991.[carece de fontes?]

Últimas edições e encerramento

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Em 1998, a 25ª Jornada Internacional de Cinema da Bahia manteve o tom de preocupação com a temática social e política nas obras premiadas[4], tendência que permaneceu no ano seguinte em 1999, quando a Jornada adotou o lema "Por um mundo mais humano", que se manteve até 2001. Os vencedores do "Troféu Glauber Rocha" nos últimos anos foram os seguintes:

Em 2012, a Jornada Internacional de Cinema da Bahia se encerrou, atendendo a um desejo do próprio fundador Guido Araújo, totalizando assim 39 edições.[1][2]

Outros festivais de cinema da Bahia

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Apesar de não ter sido o primeiro evento deste tipo, considerando a ocorrência do 1º Festival de Cinema da Bahia em 1951, pioneiro festival de cinema ocorrido em terras baianas, e do também chamado "1º" Festival de Cinema da Bahia em 1962, tratado como primeiro em razão da natureza descontínua do primeiro vento, a iniciativa e constância da Jornada Internacional contribuiu para que outros produtores culturais do estado da Bahia, especialmente a partir da década de 1990, passassem a criar outros eventos culturais voltados para a produção e disseminação cinematográfica e audiovisual no estado[1]. Os principais eventos culturais criados na Bahia com esta temática foram:

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u Milene de Cássia Silveira Gusmão, Tamara Chequer Cotrim (2021). «Festivais e mostras de cinema e audiovisual na Bahia: entre trajetórias e práticas de formação cultural». Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual. Consultado em 19 de março de 2023 
  2. a b Joseanne Guedes (2 de junho de 2017). «TVE exibirá série que homenageia o cineasta Guido Araújo». ABI. Consultado em 19 de março de 2023 
  3. a b Lucas Cunha (16 de setembro de 2006). «Documentário sai como grande vencedor da Jornada». A Tarde. Consultado em 19 de março de 2023 
  4. a b Lúcia Nagib (22 de setembro de 1998). «Festival da Bahia privilegia filme político». Folha de S.Paulo. Consultado em 19 de março de 2023 
  5. «O Enigma de um Dia». Curta Agora. Consultado em 19 de março de 2023 
  6. «"Enigma de Um Dia" e "O Pintor", de Joel Pizzini». Fundação Iberê Camargo. 15 de agosto de 2018. Consultado em 19 de março de 2023 
  7. «Salvador é sede da Jornada de Cinema da Bahia». O Estado de São Paulo. 18 de setembro de 2000. Consultado em 19 de março de 2023 
  8. «Marcus Vilar». Paraíba Criativa. 26 de novembro de 2015. Consultado em 19 de março de 2023 
  9. «Pólis/Taba/Urbe – Marcos Pimentel lança trilogia no CineArte Palace». Prefeitura Municipal de Juiz de Fora. 5 de novembro de 2010. Consultado em 19 de março de 2023 
  10. «Pólis». Curtadoc.tv. Consultado em 19 de março de 2023 
  11. «Body and Soul (De Corpo e Alma)» (em inglês). Consultado em 19 de março de 2023 
  12. «Mostra Cine Diamantina leva 60 filmes para cidades da Chapada». Alô alô Bahia. 10 de maio de 2017. Consultado em 19 de março de 2023 

Ligações externas

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