Diocese de Beja
Diocese de Beja Beiensis (sive Pacensis) | |
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Sé Catedral de Beja | |
Localização | |
País | Portugal |
Território | A Diocese de Beja coincide com o Distrito de Beja e parte do distrito de Setúbal. |
Arquidiocese metropolitana | Arquidiocese de Évora |
Estatísticas | |
Área | 12 300 km² |
Informação | |
Rito | Romano |
Criação | Século VI Restaurada em 10 de julho de 1770 |
Catedral | Sé Catedral de Beja |
Padroeiro(a) | São José Operário |
Governo da diocese | |
Bispo | Fernando Maio de Paiva |
Bispo emérito | António Vitalino Fernandes Dantas, O.Carm. José João dos Santos Marcos |
Jurisdição | Diocese |
Página oficial | www.diocese-beja.pt |
dados em catholic-hierarchy.org |
A Diocese de Beja é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal. Está integrada na Província Eclesiástica de Évora.
Desde 21 de Março de 2024, por sucessão, D. Fernando Maio de Paiva é 20.º e atual Bispo de Beja.
História
[editar | editar código-fonte]A mais antiga referência a um bispo de Pax Iulia remonta ao tempo dos Godos, altura em que se constituía como sufragánea da arquidiocese de Emerita Augusta, embora a diocese possa ser mais antiga (século IV), a fazer fé nas evidencias arqueológicas.
São conhecidos os nomes de sete bispos desta antiga sede episcopal, tendo vários deles participado nos concílios em Toledo, capital do reino visigótico, entre 531 e 693.
O primeiro bispo certo é São Apríngio, de que fala Isidoro de Sevilha e autor de um comentário sobre o livro do Apocalipse. Autores do século XVI e XVII adicionaram os nomes de três outros bispos (Domiciano, Urso e Isidoro), dos quais, no entanto, não há evidências históricas. Nos registros dos últimos concílios de Toledo, refere-se um episcopus Pacensis ou ecclesia Pacensis, uma indicação de que a cidade havia perdido o nome romano e adquirido o de Pace, que se tornaria Beja no período muçulmano.
Após a invasão muçulmana da Península Ibérica, a sucessão de bispos foi interrompida e a diocese foi de facto suprimida.
Após a Reconquista Cristã, a diocese pacense não foi restaurada, tendo Beja permanecido uma mera vila, e o território do antigo bispado integrado na diocese de Évora. Por seu turno, Afonso IX de Leão, ao criar uma diocese em Badajoz, após a conquista daquela cidade (1230), pretendeu que aquela era a legítima herdeira da diocese de Pax Iulia, o que a leva a ser oficialmente conhecida, em latim, ainda hoje, pelo nome de pacense.
Embora Beja tenha sido elevada a cidade pelo Rei D. Manuel I em 10 de abril de 1521 (uma homenagem que o monarca prestava à cabeça do seu primitivo domínio ducal), tal acto não foi associado (como sucedeu, por exemplo, nos casos do Funchal, Elvas, Angra do Heroísmo, Leiria, Miranda do Douro ou Portalegre) à sua elevação a diocese.
No entanto, a primeira tentativa de restaurar a antiga Sede Episcopal Pacensis foi feita ainda na segunda metade do século XVI pelo cardeal-infante D. Henrique, arcebispo de Évora, que propôs dividir sua imensa arquidiocese, com a criação de duas sedes episcopais em Beja e Elvas, para o benefício de uma melhor acção pastoral. O projecto encontrou forte oposição do cabido da catedral, que, no entanto, não conseguiu impedir a criação da diocese de Elvas (1570 . Por enquanto, Beja continuava sujeita a Évora.
A criação da diocese de Beja por desmembramento da arquidiocese de Évora só viria a acontecer já no século XVIII, com a reorganização das dioceses portuguesas promovida por D. José I, tendo sido erigida canonicamente em 10 de julho de 1770[1] pelo Papa Clemente XIV, por meio da Bula "Agrum Universalis Ecclesiae".
A igreja do colégio jesuíta, dedicada a São Sisenando, tornou-se uma catedral. A nova diocese recebeu o nome eclesiástico de ecclesia Beiensis porque, por uma interpretação incorreta de fontes históricas, o título Pacensis havia sido atribuído à igreja de Badajoz , que acredita-se ser o herdeiro da diocese Pacensis da era visigótica.
Depois de um tempo conturbado no seu pastoreio, foi espiritualmente e estruturalmente restaurada na segunda década do século XX pelo Bispo-Soldado, D. José do Patrocínio Dias.
Bispos de Pax Iulia
[editar | editar código-fonte]- Santo Apríngio (531)
- Palmácio (589)
- Lauro (597)
- Modário (633)
- Teodoreto, Teodoredo (646)
- Adeodato (653, 666)
- João (681, 683, 688 e 693)
- Isidoro Pacense (século VIII)
Bispos de Beja
[editar | editar código-fonte]Bispos desde 1770:[2]
- D. Frei Manuel (I) do Cenáculo, O.F.M. (1770-1802)
- D. Frei Francisco Leitão de Carvalho, O. Cist. (1802-1806)
- D. Frei Joaquim do Rosário, O.F.M. (1807-1808), não chegou a entrar na Diocese
- D. Manuel (II) de Sousa Carvalho (1814), não tomou posse
- D. Luís da Cunha de Abreu e Melo (1819-1833)
- D. Manuel (III) Pires de Azevedo Loureiro (1844-1848)
- D. José (I) Xavier de Cerveira e Sousa (1849-1859)
- D. José (II) António da Mata e Silva (1859-1860)
- D. António (I) da Trindade de Vasconcelos Pereira de Melo (1861-1863)
- D. António (II) Xavier de Sousa Monteiro (1883-1906)
- D. Sebastião Leite de Vasconcelos (1907-1919)
- D. José (III) do Patrocínio Dias (1920-1965)
- D. Manuel (IV) dos Santos Rocha (1965-1980)
- D. Manuel (V) Franco da Costa de Oliveira Falcão (1980-1999)
- D. Frei António (III) Vitalino Fernandes Dantas, O. Carm. (1999-2016)
- D. José (IV) João dos Santos Marcos (2016-2024)
- D. Fernando (I) Maio de Paiva (desde 2024)
Figuras Eclesiásticas Ilustres da Diocese
[editar | editar código-fonte]Santos
[editar | editar código-fonte]- Santo Apríngio de Beja, Bispo e Padre da Igreja
- São Sisenando, diácono e mártir cristão
Bispos naturais da Diocese
[editar | editar código-fonte]- D. Afonso de Castelo Branco
- D. José Pereira de Lacerda
- D. Afonso Mendes, S.J.
- D. Frei Amador Arrais, O. Carm.
- D. André Teixeira Palha
- D. Frei António de Gouveia
- D. António Sebastião Valente
- D. Frei Baltasar Limpo, O. Carm.
- D. Bartolomeu Leitão
- D. Bernardino de Santo António
- D. Carlos Cristovão Genuês Pereira
- D. Frei Francisco Alexandre Lobo, O.S.B.
- D. Frei Francisco Quaresma, O.F.M.
- D. Frei Francisco da Conceição
- D. José Francisco da Soledade Bravo
- D. Luís Cerqueira, S.J.
- D. Martim Afonso de Mello
- D. Manuel de Moura Manuel
Bispos auxiliares da Diocese
[editar | editar código-fonte]- D. António Cardoso Cunha, bispo auxiliar (1956-1965)
Governadores do Bispado
[editar | editar código-fonte]- Cónego Francisco da Mãe dos Homens Anes de Carvalho (1834-1835)
- Augusto Frederico de Castilho (1835)
- Caetano Gomes Leitão (1835-1838)
- Francisco Paula Vellez(1838-1843)
- João Baptista da Silva (1864-1867)
- Cónego José Dias Correia de Carvalho (1867-1871)
- Cónego António José Boavida (1871-1883)
- Cónego Luís Augusto da Costa (1910-1914)
- Cónego Mons. João Eduardo Marques (1915-1922)
Clérigos Seculares e Regulares
[editar | editar código-fonte]- Frei António das Chagas, O.F.M.
- Frei António Rosado, O.P.
- Padre Diogo Dias Melgaço
- Cónego Diogo de Gouveia
- Frei Pedro Correas, O.F.M.
- Padre Luís Caldeira, S.J.
- Padre-Mestre Manuel Feio
Religiosas
[editar | editar código-fonte]- Sóror Mariana Alcoforado, O.S.C.
- Venerável Madre Mariana da Purificação, O. Carm.
- Venerável Madre Maria Perpétua da Luz, O. Carm.
Fundações Religiosas da Diocese
[editar | editar código-fonte]- Carmelo do Sagrado Coração de Jesus (Carmelo de Beja)
- Congregação das Oblatas do Divino Coração
- Congregação das Servas da Divina Providência, de Maria Auxiliadora e do Próximo
- Fraternidade dos Irmãozinhos de São Francisco de Assis
Escutismo
[editar | editar código-fonte]- Escutismo nesta diocese: Região de Beja
Referências
- ↑ Cheney, David M. (2019). «Diocese of Beja». The Hierarchy of the Catholic Church. Consultado em 10 de julho de 2019. Cópia arquivada em 29 de junho de 2019
- ↑ Cheney, David M. (2019). «Diocese of Beja». The Hierarchy of the Catholic Church. Consultado em 10 de julho de 2019. Cópia arquivada em 29 de junho de 2019
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Página oficial da Diocese de Beja»
- «Diocese de Beja - GCatholic.com» (em inglês)
- «Diocese de Beja - Catholic Hierarchy» (em inglês)
- «Diocese de Beja - Catholic Encyclopedia» (em inglês)