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Cisma de Fócio

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"Batismo da Corte Preslav" por Nikolai Pavlovich, século XIX

O cisma de Fócio é um termo utilizado para descrever a controvérsia que durou entre 863 e 867 entre a igreja de Constantinopla e a Igreja de Roma, liderada pelo papa.

O conflito foi precipitado pela dura oposição do papa Nicolau I (r. 858 - 867) à destituição do patriarca de Constantinopla Inácio e a ascensão de Fócio em seu lugar, a pedido do imperador bizantino Miguel III, o Ébrio.[1] O escândalo foi enorme, pois Fócio era um leigo e um ferrenho defensor da autonomia da igreja oriental frente às determinações do bispo de Roma. O cisma perdurou até 867 d.C., quando Nicolau — após ter convocado um concílio em Constantinopla — morreu e Fócio foi deposto pela primeira vez quando Basílio I, o Macedônio subiu ao trono e desejava retomar as relações com o papado e com o imperador do ocidente.

Ainda assim, foram necessários dois concílios em Constantinopla para consertar a situação: um em 869–870 e outro em 879–880. O primeiro é reconhecido pela Igreja Católica como sendo o Oitavo Concílio Ecumênico, enquanto que a Igreja Ortodoxa reconhece o segundo como tal, uma diferença que perdura até hoje.

A controvérsia também envolveu os direitos de jurisdição sobre a recém-convertida Bulgária e também uma disputa doutrinária sobre a cláusula Filioque (que significa "e do Filho" e implicaria na "dupla procedência" do Espírito Santo), que fora adicionada ao credo niceno-constantinopolitano pela igreja latina e que se tornaria o ponto de ruptura (do ponto de vista teológico) que levaria ao Grande Cisma no século XI.

Referências

  1. "Union of Christendom" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.