Eu não sabia
Eu não sabia é uma frase considerada um verdadeiro coringa, capaz de salvar quem a diz de qualquer situação em que esteja sendo acusado (a). Normalmente, é muito pronunciada por presidentes e outros moluscos malucos, e seu uso indiscriminado foi condenado pela ONU como uma forma de degadação do ser humano, ao lado do Napalm, do beijo grego e do programa do Amaury Jr.
Efeito[editar]
A frase, assim como o chinês, depende de uma entonação correta para fazer completo efeito. No chinês, deixar uma sílaba um pouco mais longa ou mais curta pode transformar uma frase inofensiva como Que horas são? em algo como Gosto de fazer sexo com cadáveres de animais, provocando situações embaraçosas e constrangedoras, ou não. Da mesma forma, um Eu não sabia mal dito (não confundir com maldito, que é o comunista), em vez de provocar pena, pode justificar um especial de porrada bem dado.
Segundo o psiconeurogastroenterologista alemão Estold Pinto Souto Naskaussas, a frase, quando corretamente pronunciada, ativa a produção do hormônio quepenina, responsável por nos tornar mais atentos às coisas belas, meigas e cuti-cuti do mundo. Assim, com o célebro inundado por essa substância, somos capazes de perdoar as trairagens mais grotescas, como invasões de domicílio, desvios de verbas públicas e chifres de graus variados. Por causa desses efeitos, o uso de Eu não sabia pode provocar dependência.
Aprenda a dizer a frase[editar]
Naskaussas, antes de morrer esfaqueado por um amigo que estava cansado de ter suas revistas de inspeção detalhada de corpos femininos melecadas por ele (e o psiconeurogastroenterologista costumava defender-se dizendo Eu não sabia que eram suas!), fez um esquema básico para a pronúncia perfeita da frase:
- Respire fundo;
- Mantenha os olhos bem leves e o coração aberto, ou o contrário;
- Esvazie sua mente (leitores da Desciclopédia têm larga vantagem neste passo);
- Esqueça essa porra toda, que no fundo o que conta mesmo é sua cara de pau.
Fácil, não? Se tiver dificuldades, peça ajuda a seu deputado preferido, a um vendedor de encicoplédias enciclopédias ou ao seu tio engraçadão. Não, pensando bem, é melhor esquecer este último.
História[editar]
Não se sabe ao certo quando e onde esta frase surgiu, já que todos os registros de patentes da antiguidade desapareceram no grande incêndio da Biblioteca de Alexandria em 69 a.C. No entanto, sabe-se que, se Eva tivesse dito a Deus que não sabia que não podia comer a maldita maçã, provavelmente teria sido perdoada e hoje você não teria que ir à igreja todo domingo pedir perdão pela burrada que ela fez.
De qualquer forma, o primeiro registro conhecido desta frase foi já no ano 42 da Era Cristã, quando, na CPI da Crucificação, o então governador de Roma, Pôncio Pilatos, declarou não ter nada a ver com o assunto:
Eu não sabia que iam crucificá-lo. Eu nem estava lá na hora, estava no banheiro lavando minhas mãos. Pilates Pilatos em seu depoimento, mostrando que sabia evitar a gripe suína
Como Pilatos não sofreu nenhuma condenação, grandes políticos e estrategistas da época perceberam que esta frase era o grande lance. A partir então, ela começou a ser passada de boca em boca, como a herpes, através das gerações, para que todos pudessem desfrutar de seus poderes.
Aplicações[editar]
Ao longo dos anos e com o aprimoramento da técnica, foram descobertas várias ocasiões em que a aplicação de Eu não sabia é altamente recomendada, chegando perto dos 100 de eficácia. Nos exemplos a seguir, a frase estará grifada para que você, amiguinho, não se perca na leitura.
No relacionamento conjugal[editar]
Marido: Tonhão? O que você tá fazendo com minha mulher na minha cama?
Amante: Calma, cara, eu não sabia que ela era sua mulher!
Marido: Como não? Nós já saímos várias vezes juntos!
Amante: É, mas eu nunca tinha reparado que vocês eram casados. Juro.
Marido: Tudo bem, Tonhão. Deixa pra lá.
Amante: Deixa só eu terminar aqui que a gente vai lá no bar tomar uma gelada, beleza?
Marido: Tá bom.
No relacionamento conjugal (2)[editar]
Marido: Tonhão? O que você tá fazendo com minha mulher na minha cama?
Mulher: Calma, meu amor, eu não sabia que você ia chegar agora!
Marido: Como assim?
Mulher: Você sempre chega mais tarde, meu amor. Se eu soubesse que ia voltar mais cedo, isso não estaria acontecendo. [chora]
Marido: Tá bom, tá bom. Vou ficar lá na sala, tá?
Mulher: Isso, vai lá e liga a TV, que já vou preparar a janta.
Em invasões internacionais[editar]
Presidente da ONU: Senhor Presidente, o senhor sabia que não tinha armas de destruição em massa naquele país que seu exército invadiu?
Presidente de uma grande nação desenvolvida: De jeito nenhum, é claro que eu não sabia.
Presidente da ONU: Tem certeza?
Presidente de uma grande nação desenvolvida: Juro, ó. [beija os dedos fazendo uma cruz] Eu não sabia mesmo, pensei que lá tava cheio de armas.
Presidente da ONU: Tá bom então. Pode ir embora.
Em apropriações malandras[editar]
Amigo 1: Já ouviu este CD do Daminhão Experiença?
Amigo 2: Ei, este CD é meu! Já tava há mais de seis meses procurando por ele!
Amigo 1: Seu? É nada, fui eu que achei!
Amigo 2: Onde?
Amigo 1: Numa prateleira no seu quarto.
Amigo 2: Então, se ele tava no meu quarto, é claro que é meu!
Amigo 1: Puxa, é mesmo, nem tinha me tocado. Pô, cara, me desculpa, eu não sabia. Me empresta então?
Em destruições de patrimônio[editar]
Mãe: Meus cristais!
Filho: Desculpa, mãe. Eu não sabia que eles iam quebrar.
Mãe: Como não? Você tava jogando bola na sala! Devia ter imaginado que isso ia acontecer!
Filho: Mas é que eu pensei que jogava bem, mãe. Eu não sabia[1] que jogava tão mal.
Mãe: Tudo bem, meu filho. Vai jogar lá na adega enquanto eu arrumo essa bagunça.
- ↑ Note que às vezes é necessário repetir a frase pra fazer mais efeito.
Em investimentos a longo prazo[editar]
Gatinha: Querido, estou grávida!
Coroa milionário: Meu Deus! Como isso aconteceu?
Gatinha: Foi acidente! Eu não sabia que não tinha tomado a pílula logo naquele dia!
Coroa milionário: E agora, o que vamos fazer?
Gatinha: Bom, eu vou precisar de um carro pra não me cansar muito. E roupas novas. E uma casa maior.
Coroa milionário: Maldita memória, essa sua.
Em defesas de homicídios[editar]
Delegado: Vou te botar na cadeia, seu vagabundo.
Acusado: Calma aí, doutor. Eu não tive culpa.
Delegado: Como não teve? Te pegaram com a arma na mão!
Acusado: É, doutor, mas eu não sabia que ela tava carregada.
Delegado: E o que você tava fazendo com ela na casa do seu inimigo?
Acusado: Na verdade, doutor, eu não sabia que ele morava lá. Vi a arma cair pela janela, fui lá devolver e, sem querer, ela disparou.
Delegado: Tá certo então. Tá liberado.
Pra encerrar[editar]
Devido a seus imensos e enlouquecedores poderes, Eu não sabia é uma técnica que deve ser usada com extrema cautela. Siga as orientações neste artigo e tudo deve acabar bem. O quê? Você não achou este artigo engraçado? Desculpa, eu não sabia que você não ia gostar.
Conheça também a versão oposta de Eu não sabia no Mundo do Contra: |