Monte Albán
Centro Histórico de Oaxaca e Sítio Arqueológico de Monte Albán ★
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Vista da praça principal de Monte Albán | |
Critérios | C (i)(ii)(iii)(iv) |
Referência | 415 en fr es |
País | México |
Coordenadas | 17° 02′ 38″ N, 96° 46′ 04″ O |
Histórico de inscrição | |
Inscrição | 1987 |
★ Nome usado na lista do Património Mundial |
Monte Albán é um importante sítio arqueológico situado a cerca de dez quilómetros de Oaxaca de Juárez, estado de Oaxaca, México. Trata-se de uma das mais antigas cidades pré-hispânicas, tendo sido capital dos Zapotecas, e cujo apogeu se verificou entre os anos 500 a.C. e 800. Estima-se que a sua população tenha atingido os 35 000 habitantes e foi construída sobre uma colina cujo topo foi aplanado pelos seus construtores e que se encontra elevada 400m relativamente aos três vales de Oaxaca o que permitia aos seus habitantes a observação da região circundante até grandes distâncias. Monte Albán (espanhol para monte branco) era conhecida pelos zapotecas como Danipaguache (montanha sagrada da vida) e os astecas chamavam-lhe Ocelotepec (montanha do jaguar). O sítio de Monte Albán foi declarado Património Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1987.
História de Monte Albán
[editar | editar código-fonte]Pensa-se que a sua construção se terá prolongado por um período de cerca de dois mil anos e foi iniciada pelos zapotecas. As partes mais antigas denotam uma clara influência olmeca.
A história de Monte Albán é geralmente dividida em cinco períodos distintos:
Monte Albán I (500 a.C. – 100 a.C.) Neste período Monte Albán surge como centro político e económico da região. Dá-se início ao nivelamento da parte superior da cidade e da praça principal. Este período é contemporâneo do apogeu e queda da civilização olmeca, cuja influência nesta região remonta a 1200 a.C. e que está bem patente nas obras de arte mais antigas de Monte Albán.
Monte Albán II (100 a.C.-250) Continuação do nivelamento da praça principal. Vários achados arqueológicos mostram que por esta altura foram mantidos contactos com os maias de Chiapas e Guatemala locais donde é originário o culto do morcego. A construção mais notável deste período é o edifício J, que se julga ter servido de observatório astronómico.
Monte Albán III (250 – 800) Período de maior crescimento e desenvolvimento de Monte Albán, correspondendo ao período clássico mesoamericano. Entre 250 e 650, aparecem influências de Teotihuacan, patentes na cerâmica, decoração e túmulos. A partir de 650 até 800 dá-se a construção da maior parte dos edifícios que hoje se podem apreciar, muitos deles construídos sobre construções mais antigas.
Monte Albán IV (800 – 1325) Nesta época ocorre uma grande diminuição na influência da cidade, com o deslocamento da população para povoamentos mais pequenos. Consequentemente, a população diminuiu bastante e cessou a construção de edifícios monumentais. Não são conhecidas as causas do seu declínio.
Monte Albán V (1325 – 1521) O vale é invadido pelos mixtecas que se fixam em Zaachila e Xoxocotlán. Os mixtecas deste último povoado efectuam enterramentos em Monte Albán. Consequência da chegada dos conquistadores espanhóis em 1521, Monte Albán é definitivamente abandonada.
Arquitectura e arte de Monte Albán
[editar | editar código-fonte]Organização do espaço
[editar | editar código-fonte]A característica arquitetural que primeiro salta à vista em Monte Albán é a praça principal, com dimensões aproximadas de 200 por 300 metros e com orientação norte-sul, ao longo da qual estão dispostas a maioria das construções do sítio; a leste e oeste templos cerimoniais e a norte e sul as maiores construções do sítio denominadas plataforma norte e complexo da plataforma sul respectivamente. A plataforma norte parece ter sido o local mais importante do ponto de vista cerimonial e apresenta os restos de vários pilares que se supõem que serviriam para suportar uma grande cobertura. Sob a praça principal foram escavados numerosos tuneis que em alguns casos conduzem de uma extremidade de um edifício à outra e em outros atravessam toda a praça principal.
Julga-se que continua por escavar cerca de 80% da área total de Monte Albán.
Campo de jogo da bola
[editar | editar código-fonte]Situado na parte norte da ala oriental da praça, encontra-se um campo de jogo da bola em forma de l com comprimento aproximado de 25 metros. Ao contrário dos recintos maias não apresenta argolas nas paredes e terá estado em tempos revestido de estuque.
Edifício J
[editar | editar código-fonte]Aquela que é talvez a construção mais enigmática do sítio é o chamado edifício J. Quando vista em planta esta estrutura em forma de seta não apresenta quaisquer ângulos rectos. As suas características únicas levam alguns a afirmar que se trataria de um observatório astronómico. As paredes exteriores exibem baixos relevos de cabeças penduradas de modo invertido que possivelmente descrevem conquistas de cidades vizinhas.
Estelas
[editar | editar código-fonte]Foram também encontradas centenas de estelas esculpidas das quais as mais antigas são conhecidas como los danzantes (os dançarinos) e que exibem figuras humanas contorcidas e com características marcadamente olmecas. Apesar de hoje em dia a ideia de se tratarem de dançarinos estar totalmente posta de lado, continua a não haver consenso sobre o que realmente representam, sendo uma das hipóteses consideradas a de que se tratem de representações de sacrifícios de prisioneiros de guerra.
Parece que outrora se encontrariam umas a par das outras formando uma espécie de grande mural.
Túmulos
[editar | editar código-fonte]São vários os túmulos encontrados em Monte Albán, sendo o mais famoso o túmulo nº 7, escavado em 1932 por Alfonso Caso e no qual foi encontrado um verdadeiro tesouro, incluindo peças em ouro com um peso total de 3.6 kg.
Artefactos
[editar | editar código-fonte]Entre os muitos artefactos encontrados em Monte Albán encontram-se peças de ouro, prata, turquesa, jade e osso. As peças em ouro demonstram que os artistas que as fizeram possuíam grandes conhecimentos sobre como trabalhar o ouro, alguns dos quais só seriam utilizados na Europa séculos depois. Grande parte deste espólio pode ser visto em museus, sobretudo no Museu Regional de Oaxaca.