Estação Ferroviária de Riachos-Torres Novas-Golegã
Riachos - Torres Novas - Golegã
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a estação de Riachos - Torres Novas - Golegã, em 2009 | |||||||||||
Identificação: | 32466 RIA (Ria-TNov-Gol)[1] | ||||||||||
Denominação: | Estação de Riachos - Torres Novas - Golegã | ||||||||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3] | ||||||||||
Classificação: | E (estação)[1] | ||||||||||
Linha(s): | Linha do Norte (PK 102+095) | ||||||||||
Altitude: | 30 m (a.n.m) | ||||||||||
Coordenadas: | 39°25′55.95″N × 8°30′16.36″W (=+39.43221;−8.50454) | ||||||||||
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Município: | Torres Novas | ||||||||||
Serviços: | |||||||||||
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Conexões: | |||||||||||
Equipamentos: | |||||||||||
Website: |
A Estação Ferroviária de Riachos-Torres Novas-Golegã (ou de Riachos - Torres Novas - Golegã), igualmente conhecida apenas como de Torres Novas[4] ou como de Riachos,[5] é uma interface da Linha do Norte, que serve as nominalmente localidades de Riachos, Torres Novas, e Golegã, no Distrito de Santarém, em Portugal. Também serviu como estação inicial da Linha de Torres Novas a Alcanena, que esteve em operação entre 1889 e 1893.[6]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Localização e acessos
[editar | editar código-fonte]Tem acesso pelo Largo da Estação, na localidade de Riachos.[7] Situa-se a cerca de sete quilómetros de distância do centro de Torres Novas.[8]
Caraterização física
[editar | editar código-fonte]Em Janeiro de 2011, contava com duas vias de circulação, com 1084 e 1080 m de comprimento; ambas as plataformas tinham 210 m de extensão e 40 cm de altura.[9] O edifício de passageiros situa-se do lado noroeste da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para Porto-Campanhã).[5]
História
[editar | editar código-fonte]Planeamento e inauguração
[editar | editar código-fonte]Antes da chegada do caminho de ferro, as comunicações na região de Torres Novas eram muito deficientes, com as vias rodoviárias em mau estado, sendo a navegação pelo Rio Tejo o principal meio de transporte.[10] Devido à hostilidade de Vila Nova da Barquinha, que viu o comboio como uma ameaça à sua posição como entreposto fluvial, e à indiferença de Torres Novas, o caminho de ferro foi relegado para um local ermo, a Ponte da Pedra, onde iria nascer a vila do Entroncamento.[10]
Esta interface encontra-se no lanço entre as estações de Santarém e Entroncamento da Linha do Norte, que abriu à exploração em 7 de Novembro de 1862, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[11] Após a abertura deste troço, a vila de Torres Novas passou a utilizar o comboio para transportar as mercadorias.[12]
Em 7 de Maio de 1893, entrou ao serviço a segunda via no troço entre Torres Novas e Mato Miranda.[13]
Ligação a Alcanena e a Torres Novas
[editar | editar código-fonte]A Linha de Torres Novas a Alcanena foi um sistema ferroviário de via estreita que ligava a estação de Torres Novas a Alcanena, passando pela vila de Torres Novas.[14][15] O primeiro troço deste caminho de ferro, desde a estação até à vila de Torres Novas, foi inaugurado em 16 de Maio de 1889, tendo a linha sido concluída com a chegada a Alcanena, em 1 de Fevereiro de 1893.[6] Este caminho de ferro encerrou em 30 de Junho de 1893.[6]
Século XX
[editar | editar código-fonte]Nos primeiros anos do século XX, existiam várias empresas que faziam serviços regulares de diligências entre a estação e a vila.[16] Em Maio de 1912, António José de Almeida passou pela estação de Torres Novas, numa visita que fez à vila.[17] Em 1913, existiam serviços de diligências ligando a estação a Torres Novas e à Golegã.[18] Durante a greve geral dos ferroviários em Janeiro de 1914, a estação de Torres Novas foi uma das que se declararam prontas para lutar contra as forças da ordem, se estas tentassem expulsar os grevistas.[19] Em Setembro de 1919, durante um período de escassez de produtos alimentares no concelho de Torres Novas, os trabalhadores foram à estação de Torres Novas, apresando pelo caminho cascos de azeite, e impedindo que outros 6 cascos fossem embarcados na gare.[20]
Em Maio de 1920, a primeira imagem da Nossa Senhora de Fátima foi transportada de comboio desde a Casa de Arte Sacra, em Fânzeres, no Porto, até à estação de Torres Novas, tendo depois continuado por via terrestre até à Cova da Iria.[21]
Em 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses construiu um bairro nesta estação.[22]
Em 19 de Abril de 1950, foi autorizada a realização de obras para a instalação eléctrica nesta estação.[23]
Em 1985, esta interface tinha ainda a categoria de apeadeiro,[5] tendo sido promovida posteriormente.[quando?]
Ligações projectadas a outras linhas
[editar | editar código-fonte]Em 1911, realizou-se uma comissão regional para defender a construção de uma linha de Tomar a Rio Maior, com passagem por Torres Novas[16] Em 1913, a câmara dos deputados tinha concessionado a construção de uma linha que partia de Tomar, passava pelo Entroncamento e terminava na Nazaré.[24] Em Abril do ano seguinte, um deputado anunciou que tinha quase pronto um projecto que tencionava apresentar no parlamento e que autorizava a construção de um caminho de ferro que passava por Torres Novas, Minde e Porto de Mós, acabando na Linha do Oeste.[24]
O Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, classificou o projecto da Linha do Entroncamento a Rio Maior, de via estreita, que devia passar por Torres Novas, Alcanena e Alqueidão.[25]
Em 1899, a Câmara Municipal da Chamusca aceitou a construção de um caminho de ferro de via estreita desde o Entroncamento ou Torres Novas até Montargil ou Couço, servindo a vila da Chamusca.[26]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
- ↑ Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
- ↑ “Sinalização da estação de Torres Novas” (diagrama anexo à I.T. n.º 28), 1977
- ↑ a b c (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ a b c «Cronologia das Linhas de "Americanos" que existiram em Portugal». Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro. Consultado em 14 de Março de 2012. Arquivado do original em 5 de março de 2014
- ↑ «Riachos - Torres Novas - Golegã - Linha do Norte». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 10 de Novembro de 2015
- ↑ LOPES, 1987:25
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
- ↑ a b ROCHA, 2009:36-37
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1681). p. 9-12. Consultado em 25 de Fevereiro de 2014
- ↑ ROCHA, 2009:43
- ↑ NONO, Carlos (1 de Maio de 1949). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1473). p. 289-290. Consultado em 10 de Novembro de 2015
- ↑ BICHO, 2000:53
- ↑ «Há Quarenta anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1084). 16 de Fevereiro de 1933. p. 116-117. Consultado em 25 de Fevereiro de 2014
- ↑ a b ROCHA, 2009:21
- ↑ ROCHA, 2009:116
- ↑ «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 2 de Março de 2018
- ↑ MARQUES, 2014:120
- ↑ ROCHA, 2009:176-177
- ↑ «A Imagem de Nossa Senhora». Voz da Fátima. Ano 97 (1156). Santuário de Fátima: Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. 13 de Janeiro de 2019. p. 3. ISSN 1646-8821
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 4 de Junho de 2013
- ↑ MARTINS et al, 1996:264
- ↑ a b MARQUES, 2014:110-111
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado no Diário do Governo n.º 83, Série I, de 10 de Abril de 1930.
- ↑ FONSECA, 2003:31
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- BICHO, Joaquim Rodrigues (2000). Toponímia da Cidade de Torres Novas. Torres Novas: Câmara Municipal. 238 páginas. ISBN 972-9151-36-9
- FONSECA, João José Samouco da (2003). História da Chamusca. III. Chamusca: Câmara Municipal de Chamusca. 298 páginas
- LOPES, João Carlos (1987). Roteiro do Concelho de Torres Novas. Torres Novas: Câmara Municipal de Torres Novas. 43 páginas
- MARQUES, Ricardo (2014). 1914: Portugal no ano da Grande Guerra 1.ª ed. Alfragide: Oficina do Livro - Sociedade Editora, Lda. 302 páginas. ISBN 978-989-741-128-1
- MARTINS, João Paulo, BRION, Madalena, SOUSA, Miguel de, LEVY, Maurício, AMORIM, Óscar (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. [S.l.]: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- ROCHA, Francisco Canais (2009). Para a História do Movimento Operário em Torres Novas. Durante a Monarquia e a I República (1862/1926). Torres Novas: Câmara Municipal de Torres Novas. 221 páginas. ISBN 978-972-9151-72-9
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- “Sinalização da estação de Torres Novas” (diagrama anexo à I.T. n.º 28), 1977
- «Página com fotografias da Estação de Riachos - Torres Novas - Golegã, no sítio electrónico Railfaneurope» (em inglês)
- «Página com fotografias da Estação de Riachos - Torres Novas - Golegã, no sítio electrónico Railpictures» (em inglês)
- «Página sobre a Estação de Riachos - Torres Novas - Golegã, no sítio electrónico Wikimapia»
- «Página sobre a Estação de Riachos - Torres Novas - Golegã, no sítio electrónico da empresa Comboios de Portugal»