Línguas tupi-guaranis
A família linguística tupi-guarani é uma das mais importantes da América do Sul. Engloba várias línguas indígenas, das quais as mais representativas são o guarani, um dos idiomas oficiais do Paraguai; e o tupi antigo, língua antiga que contribuiu com a maior parte das palavras de origem indígena do português brasileiro. Grande parte dos povos indígenas que habitavam o litoral brasileiro, quando da chegada dos portugueses ao Brasil em 1500, falava línguas pertencentes a esta família. A família está compreendida num grupo linguístico maior, o tronco tupi.
Tupi-Guarani | ||
---|---|---|
Falado(a) em: | América do Sul | |
Total de falantes: | ||
Família: | Tupi Oriental Mawetí-Guaraní Tupi-Guarani | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | --
| |
ISO 639-2: | ---
|
Línguas da família tupi-guarani
editar-
- Paracanã - dialeto (paracanãs)
- Suruí-aiqueuara – dialeto (suruís-aiqueuaras)
- Assurini do xingu – dialeto (assurinis do xingu)
- Assurini do tocantins – dialeto (assurinis do tocantins)
- Avá-canoeiro (avás-canoeiros)
- Caapor (caapores-urubus)
- Caiabi (caiabis)
- Camaiurá (camaiurás)
- Cambeba (cambebas)
- Cauaíbe (cauaíbes)
- Amondaua – dialeto (amondauas)
- Caripuna – dialeto
- Diahói – dialeto
- Juma – dialeto (jumas)
- Parintintim – dialeto (parintintins)
- Tenharim – dialeto (tenharins)
- Uru-eu-uau-uau – dialeto (uru-eu-uau-uaus)
- Piripkúra
- Cocama (cocamas)
- Guajá (guajás)
- Guarani – uma das línguas oficiais do Paraguai, também falado no Brasil (guaranis)
- Guarani novo (extinto no século XIX)
- língua geral – língua crioula formada à época dos bandeirantes. Dividia-se em dois ramos:
- Nheengatu – falado atualmente no noroeste do estado do Amazonas, no Brasil[1]
- Oiampi (oiampis)
- Tapirapé (tapirapés)
- Teneteara (guajajaras e tembés)
- Guajajara – dialeto (guajajaras)
- Tembé – dialeto (tembés)
- Tupi antigo (tupis) (extinta)
- Xetá (quase extinta) (xetás)
- Zoé (Puturu) (zoés)
Demografia (Brasil)
editarDemografia dos falantes de línguas Tupi-Guarani (IBGE - Censo 2010[2], citado em Aguilar 2015[3]):
Povos Tupi-Guarani | População/Falantes | Sub-ramo[4] |
---|---|---|
Kawahíb | 2 | VI |
Diahói | 4 | VI |
Apiaká | 13 | VI |
Karipuna | 16 | VI |
Tenharim 3 | 32 | VI |
Uru-Eu-Wau-Wau | 56 | VI |
Parintintim | 65 | VI |
Kaiabi | 673 | VI |
Xetá | 3 | I |
Língua de Sinais Ka'apor | 4 | VIII |
Araweté | 5 | V |
Amanayé | 6 | VIII |
Avá-Canoeiro | 10 | IV |
Kambeba | 44 | III |
Kamayurá | 83 | VII |
Zo'é | 216 | VIII |
Tapirapé | 300 | IV |
Asurini do Tocantins | 332 | IV |
Kokama | 354 | III |
Tembé | 420 | IV |
Guajá | 503 | VIII |
Parakanã | 644 | IV |
Waiãpy | 695 | VIII |
Ka'apor | 1241 | VIII |
Guarani | 2464 | I |
Guarani Mbya | 3248 | I |
Língua Geral Amazônica | 3771 | III |
Guarani Nhandeva | 4887 | I |
Guajajara | 8269 | IV |
Guarani Kaiowá | 24368 | I |
Tupi-Guarani não especificado | 9905 | - |
Os povos Tupí-Guaraní do Brasil (IBGE - Censo 2010[2][3]):
Povos Tupí-Guaraní | População | Sub-ramo[4] |
---|---|---|
Xetá | 68 | I |
Guaraní | 7500 | I |
Guarani Mbya | 8026 | I |
Guarani Nhandeva | 8596 | I |
Guarani Kaiowá | 43401 | I |
Kambéba (Omágua) | 744 | III |
Kokama | 11274 | III |
Turiwára | 12 | IV |
Ava-Canoeiro | 50 | IV |
Asurini do Tocantins | 471 | IV |
Parakanã | 939 | IV |
Tapirapé | 1000 | IV |
Suruí do Pará | 1258 | IV |
Tembé | 1844 | IV |
Tenetehara | 24428 | IV |
Asurini do Xingu | 146 | V |
Araweté | 400 | V |
Kawahíb | 1 | VI |
Júma | 12 | VI |
Amondáwa | 123 | VI |
Diahói | 135 | VI |
Uru-Eu-Wau-Wau | 184 | VI |
Parintintim | 477 | VI |
Tenharim | 525 | VI |
Apiaká | 799 | VI |
Kaiabi | 1814 | VI |
Karipúna | 2297 | VI |
Kamayurá | 662 | VII |
Anambé | 185 | VIII |
Amanayé | 244 | VIII |
Zo'é | 259 | VIII |
Guajá | 536 | VIII |
Waiãpy | 945 | VIII |
Ka'apor | 1541 | VIII |
Tamoio | 82 | ? |
Total | 120978 |
Classificação
editarRodrigues & Cabral (2012)
editarClassificação da família Tupí-Guaraní segundo Rodrigues e Cabral (2012):[5]
- Tupí-Guaraní
- Ramo 1 (Guaraní)
- Guaraní antigo
- Guarani paraguaio (Guaraní, Avañee)
- Kaiwá (Kayowá, Kaiowá, Caiová, Caiguá, Pãi, Pãi-Tavyterã)
- Nhandéva (Ñandeva, Chiripá)
- Xetá (Šetá, Aré, Notobotocudo)
- Chiriguano (Ava, Simba)
- Isosó (Izozó, Izoceño, Chané)
- Tapiete
- Guayakí (Guayaquí, Aché)
- Ramo 2 (Guaráyo)
- Guaráyo (Guarayo, Guarayú)
- Sirionó
- Yúki
- Ramo 3 (Tupí)
- Língua Geral Amazônica (Língua Geral, Nheengatú, Tapïhïya, Tupí moderno, Yeral)
- † Língua Geral Paulista (Língua Geral, Tupí)
- † Tupí (Tupi antigo)
- † Tupinambá (Língua brasílica, Tupí antigo)
- Ramo 4 (Tenetehára)
- Avá (Canoeiro, Avá-Canoeiro)
- Tapirapé
- Parakanã (Paracanã, Apiteréwa)
- Asuriní do Tocantins (Assurini, Asuriní do Trocará, Akwáwa)
- Suruí (Suruí do Tocantins, Aikewara, Mudjetíre)
- Tembé (Tenetehára)
- Guajajára (Tenetehára)
- † Turiwára
- Ramo 5 (Xingu)
- Araweté
- † Amanajé
- † Ararandewára
- Aurê (Aurá)
- † Anambé do Cairarí
- Asuriní do Xingu (Assurini, Asuriní do Coatinema, Awaeté)
- Ramo 6 (Kawahíb)
- Amondáwa
- Uruewawáu (Uru-eu-wau-wau, Uru-eu-uau-uau)
- Karipúna
- Piripkúra
- Diahói (Diahui, Jahoi, Jahui, Diarrui)
- Parintintín (Parintintim, Kagwahív)
- Tenharín (Tenharim)
- † Tupí-Kawahíb (Tupi do Machado, Paranawát, Pawaté, Wiraféd)
- Apiaká (Apiacá)
- Kayabí (Caiabi)
- Ramo 7 (Kamayurá)
- Kamayurá (Kamaiurá, Camaiurá)
- Ramo 8 (Setentrional)
- † Anambé de Ehrenreich
- Guajá (Awá, Avá)
- Ka’apór (Urubú, Urubú-Ka’apór, Kaapor)
- † Takunyapé (Taconhapé)
- Wayampí (Oyampi, Wajãpi, Waiãpi)
- Wayampipukú
- Emérillon (Emerenhão)
- Zo’é (Zoé, Jo’é)
(† = língua extinta)
Rodrigues & Cabral (2002)
editarClassificação dos ramos Tupí-Guaraní segundo Rodrigues e Cabral (2002, p. 335):[4]
Classificação da família Tupí-Guaraní segundo Rodrigues & Cabral (2002, p. 335-336):[4]
- Tupí-Guaraní
- Ramo I
- Guaraní Antigo
- Kaiwá (Kayová, Pãi), Ñandeva (Txiripá), Guaraní Paraguaio
- Mbyá
- Xetá (Serra dos Dourados)
- Tapieté, Chiriguano (Ava), Izoceño (Chané)
- Guayakí (Aché)
- Ramo II
- Guarayo (Guarayú)
- Sirionó, Horá (Jorá)
- Ramo III
- Tupí, Língua Geral Paulista (Tupí Austral)
- Tupinambá, Língua Geral Amazônica (Nhe’engatú)
- Ramo IV
- Tapirapé
- Asuriní do Tocantíns, Parakanã, Suruí (Mujetire)
- Avá-Canoeiro
- Tembé, Guajajára, Turiwára
- Ramo V
- Araweté, Ararandewára-Amanajé, Anambé do Cairarí
- Asuriní do Xingu
- Ramo VI
- Kayabí, Apiaká
- Parintintín (Kagwahíb), Tupí-Kawahíb (Tupí do Machado, Pawaté, Wiraféd, Uruewauwau, Amondáva, Karipúna, etc.)
- Júma
- Ramo VII
- Kamayurá
- Ramo VIII
- Wayampí (Oyampí), Wayampípukú, Emérillon, Jo’é
- Urubu-Ka’apór, Anambé de Ehrenreich
- Guajá
- Awré, Awrá
- Takunhapé
Dietrich (2010)
editarClassificação interna da família tupi-guarani segundo Dietrich (2010):[6]
Grupo I: guarani meridional
- Guarani clássico / guarani antigo
- Avá-guarani / nhandeva, e dialeto apapocuva
- Kaiwá/caiová/cainguá/kaiowá/paĩ tavyterã
- Avañe’ẽ (guarani paraguaio)
- Mbyá
- Xetá
- Guarani do Chaco, tradicionalmente chiriguano - dialetos:
- ava (subdialetos simba e chané)
- izoceño
- Tapiete
Grupo II: boliviano - Guarani da região Guaporé-Mamoré-Paraguai-Paraná
- Guarayo
- Guarasug’wä/pauserna
- Sirionó
- Yuki / mbyá-jê
- Aché/guayaki
Grupo III: Grupo tupi da costa brasileira
- Tupinambá
- Tupiniquim
- Potiguara
- Cocama, cocamilla
- Omágua/omawa/canga-peba
Grupo IV: Grupo asurini-tenetehara-tapirapé
- Grupo Tocantins-Maranhão
- Asurini do Tocantins/do Trocará/akwawa, ‘índio bravo’
- Parakanã (autodenominação awareté, ‘gente verdadeira’)
- Suruí (autodenominação aikewára, ‘nós’ mudjetíre, nome dado pelos kayapós)
- Grupo tenetehara
- Tembé
- Guajajara
- Grupo Parque do Xingu
- Avá-canoeiro
- Tapirapé (autodenominação ãpyãwa)
Grupo V: Tocantins-Mearim - Grupo do Xingu-Tocantins-Gurupi
- Anambé/anambé do Cairari
- Amanayé/manajo/amanajé
- Araweté/bïde
- Asurini do Xingu/awaté
- Kayabi (autodenominação dejanare)
Grupo VI: Mato Grosso-Rondônia - Grupo do norte de Mato Grosso e de Rondônia
- Apiaká
- Amondawa/amundawa/kagwahiva
- Tenharim - dialetos: (kagwahiva/kawaib é a autodenominação de todos estes grupos)
- parintintin, juma
- kagwahíb/kawahýb
- karipuna Jaci Paraná
- diahói/jahui
- uru-eu-wau-wau/jupau (jupaú é autodenominação, uru-e-wau-wau é a denominação txapakúra)
- morerebi
Grupo VII: Grupo do Alto Xingu
- Kamayurá/kamaiurá
Grupo VIII: Grupo amazônico setentrional
- Ao norte do Amazonas:
- Wayãpi do Amapari e da Guiana Francesa/wayampi (antes oyampi)
- Karipuna (karipuna do Amapá)
- Wayãpi do Jari/wayampipuku
- Émérillon/teko
- Zo’é/jo’é/dzo’é/puturú-jar/tupi do Cuminapanema/buré
- Ao sul do Amazonas:
- Guajá
- Ka’apor/urubú-ka’apor
Mello (2002)
editarClassificação da família Tupí-Guaraní (Mello 2002):[7]
- Tupí-Guaraní
- Subgrupo I
- Ia
- Guarani Mbyá
- Guarani Antigo
- Guarani Paraguaio
- Ib
- Chiriguano
- Chané
- Izoceño
- Ic
- Guayaki
- Id
- Xetá
- Ia
- Subgrupo II
- Sirionó
- Subgrupo III
- Guarayo
- Subgrupo IV
- IVa
- Parintintin
- Amundava
- Urueuewauwau
- IVb
- Tenharín
- Karipúna
- IVa
- Subgrupo V
- Apiaká
- Kayabí
- Kamayurá
- Subgrupo VI
- VIa
- Asurini do Trocará
- Suruí
- Parakanã
- VIb
- Tembé
- VIc
- Tapirapé
- VId
- Asuriní do Xingu
- VIa
- Subgrupo VII
- Araweté
- Aurê e Aura
- Anambé
- Guajá
- Subgrupo VIII
- Wayampí do Jarí
- Wayampí do Amapari
- Emerillon
- Urubu-Kaapór
- Subgrupo IX
- Tupinambá
- Língua Geral Amazônica
- (Kokama)
Comparação lexical
editarComparação lexical de algumas línguas tupi-guaranis (Aguilar 2015):[3]
- Fontes dos dados
- Asuriní do Tocantins: Cabral & Rodrigues (2003)[8] (Ramo IV)
- Avá-Canoeiro do Tocantins: Silva (2015)[9]; Borges (2002)[10] (Ramo IV)
- Parintintín: Betts (1981)[11] (Ramo VI)
- Kamajurá: Aguilar (2015)[12] (Ramo VII)
- Uru-Eu-Wau-Wau: Pease & Betts (1991)[13] (Ramo VI)
- Kayabí: Weiss (2005)[14] (Ramo VI)
N.º | Inglês | Português | Asuriní do Tocantins |
Avá-Canoeiro do Tocantins |
Parintintín | Kamajurá | Uru-Eu-Wau-Wau | Kayabí |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | louse | piolho | -kýp | -kyw | -kyv | kyp | kyp | -kyp |
2 | two | dois | mokój | mokõj | mokonh | moko͂j | mõkõi | muku͂i |
3 | water | água | ʔý | y | -y | ʔy | yhy | ʔy |
4 | ear | orelha | -namí | -nami | -nambi | nami | nãmi | -nami |
5 | die | morrer | -manó | -mano | -mano | manô | mo͂no͂ | -manu͂ |
6 | I | eu | isé | txi | ji | ije | jihe | je |
7 | liver | fígado | -pyʔá | -pya | -pyʔa | peré | -pyʔa | -pyʔa |
8 | eye | olho | -ehá | -ea | -eakwar | tea | e-akwar | -ea |
9 | hand | mão | -pá | -po | -po | -po | -po | -po |
10 | hear | ouvir | -enóp | -nanõ | -apyaka | anup | enu | -apyaka |
11 | tree | árvore | yʔýp | -yw | -ʔyva | ywyra | ypa | ʔyp |
12 | fish | peixe | ipirá | pira | pira | pira | pira | pira, ipira |
13 | name | nome | -ét | -eʁ | -er | het | -er | -ʔet |
14 | stone | pedra | itá | ita | itaky | itá | ita | ita |
15 | tooth | dente | -ój | -ãj | -anh | ta͂j | -ãnh | -ãi |
16 | breasts | seios | poti’á ‘peito’; -kóm ‘seio’ | -kam ‘peito/seio’ | -kam | kam | -kãm | -kam |
17 | you | você | ené | ni | nde | ene | nehe | ene |
18 | path | caminho | -apé | -ape | pehe | tape | pehe | -ape |
19 | bone | osso | -kýng | -kang | -kag͂ | kang | kang | -kag͂ |
20 | tongue | língua | -ko | -apekũ ‘ponta da língua’ | -ku͂ | ko͂ | ku͂ | -ku͂ |
21 | skin | pele | -pít | -pilik | -pir | pit | -pir | -pit |
22 | night | noite | -ypytón | pyaji | ypytun | ypytun | ypytun | ypytun |
23 | leaf | folha | -áp | -ow (Borges)[10] | kaʔa | hop | kaʔa | kaʔa |
24 | rain | chuva | amýn | amyn | -aman | aman | amãnə͂ | aman |
25 | kill | matar | -soká | -juka | -juka | juká | -juka | -juka |
26 | blood | sangue | -owý | -owy | -eko; -gwy | tywy | -eko | -uy wy |
27 | horn | chifre | -atí | -ãti | -ati͂ | atsi͂ | ati͂ | -asi͂ |
28 | person | pessoa | awá ‘gente, pessoa’; poró- ‘gente, outro (humano)’ |
awã ‘gente, pessoa’; po- ‘gente, outro (humano)’ |
ahe | awa | ahe | ae- |
29 | knee | joelho | -kanawá | -epya | -enypyʔã | perenan | -enypyʔã | -enupyʔã |
30 | one | um | osepé | mepe | ojipeji | mojepete | ojipei | ajepei |
31 | nose | nariz | -tiapýr ‘ponta do nariz’; -tikýng ‘osso do nariz’ |
-apỹj (Borges)[10] | -apynh/-ti͂ | apỹj | apyn | -apy͂i; -sĩ |
32 | full | cheio | -ynehém | - | -pypiar | moʔakang | -pypiar | -pypiat; -tyneem |
33 | come | vir | -sát; -ót | -juʁ | -jor; -ur | -ut/jot | -ur | -ʔut turi |
34 | star | estrela | sahýtatá | jaytata | jaytata'ia | jaytata | jaytataʔia | jaytata |
35 | mountain | montanha | - | yw-am ‘terra levantada’ | yvy'am | ywy’am | yvyter | ywytyt |
36 | fire | fogo | -atá | -ata | -ata | t-atá | tata | -ata (tata) |
37 | we | nós | sané; oré | jane (Borges); oɾe (Borges)[10] | nhande-; ore- | ore, oro | ore | ore (excl.); jane (incl.) |
38 | drink | beber | -ʔó | -u | y'u | -yʔu | -yʔu | -yʔu |
39 | see | ver | -esák (vt.); -ma’é (vi.) | -mae (vt./vi.) | -epiag | etsak | -epiag | -esak |
40 | bark | casca | -apé | -pilik | -ape | ype | -ape | -ape |
41 | new | novo | -ʔyahó | -pyaw | -pyahu | ipyau | -pyahu | -pyau |
42 | dog | cachorro | sawát | jawaʁ | nhag͂; watig͂; ingaruru'i͂ | wararuijap | nhag͂; watig | kasuru; kwataʔi |
43 | sun | sol | kwát ‘Sol’; -át ‘dia’ | kwaʁ; -aʁ | kwara | kwat | kwara | kwat |
Comparação lexical (Rodrigues 1986):[15]
Português | Guarani Mbiá do Paraná |
Tapirapé do Araguaia |
Parintintín do rio Madeira |
Wayampí do norte do Amapá |
Língua Geral do alto rio Negro |
---|---|---|---|---|---|
pedra | itá | itã | itá | takúru | itá |
fogo | tatá | tãtã | tatá | táta | tatá |
jacaré | djakaré | txãkãré | djakaré | iakáre | iakaré |
pássaro | gwyrá | wyrã | gwyrá | wýra | wirá |
onça | djagwareté | txãwãrã | dja’gwára | iáwa | iawareté |
ele morreu | omanõ | amãnõ | omanõ | ománo | umanu |
mão dele | ipó | ipá | ipó | ípo | ipú |
Empréstimos ao português brasileiro
editarUm grande número de palavras das línguas tupis-guaranis foi passado ao português brasileiro na forma de empréstimos. Os termos mais emprestados dizem respeito à fauna e flora locais, desconhecidas dos colonizadores portugueses. Palavras como pitanga, caju, jararaca, pereba, xará, sucuri e diversas outras são exemplos de palavras da família tupi-guarani que passaram ao português brasileiro.[16]
Ver também
editarReferências
- ↑ Etnolingüística: línguas indígenas da América do Sul. "Nheengatu".
- ↑ a b IBGE. O Brasil indígena: os indígenas no Censo Demográfico 2010. Brasília, DF: Ministério da Justiça, FUNAI, IBGE, 2010.
- ↑ a b c AGUILAR, Ana Maria Gouveia Cavalcanti. Contribuições para os estudos histórico-comparativos sobre a diversificação do sub-ramo VI da família linguística Tupí-Guaraní. 2015. 223 f., il. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015. (PDF)
- ↑ a b c d RODRIGUES, A. D.; CABRAL, A. S. A. C. Revendo a classificação interna da família Tupí-Guaraní. In: CABRAL, A. S. A. C., RODRIGUES, A. D. (Orgs.). Línguas indígenas brasileiras: fonologia, gramática e história. Tomo I. Belém: UFPA/EDUFPA, p. 327-337, 2002.
- ↑ Rodrigues, Aryon Dall'Igna, and Ana Suelly Arruda Câmara Cabral (2012). "Tupían". In Campbell, Lyle, and Verónica Grondona (eds). The indigenous languages of South America: a comprehensive guide. Berlin: De Gruyter Mouton.
- ↑ DIETRICH, Wolf. O tronco tupi e as suas famílias de línguas. Classificação e esboço tipológico. In: NOLL, Volker. O Português e o Tupi no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2010.
- ↑ MELLO, A. A. S. Evidências fonológicas e lexicais para o sub-agrupamento interno Tupí-Guaraní. In: CABRAL, A. S. A. C.; RODRIGUES, A. D. (Orgs.) Línguas Indígenas Brasileiras: Fonologia, Gramática e História. Belém: Editora UFPA, vol. 1, p. 338-342, 2002.
- ↑ CABRAL, A. S. A. C.; RODRIGUES, A. D. Dicionário da Língua Asuriní do Tocantins. Belém: UFPA/IFNOPAP; Brasília: UnB/IL/LALI, 2003. 267p.
- ↑ SILVA, A. P. C. Elementos Fonologia, Morfossintaxe e Sintaxe da Língua Avá-Canoeiro do Tocantins. Dissertação (Mestrado em Linguística), Brasília: UnB, 2015.
- ↑ a b c d BORGES, Mônica Veloso. O estudo do Avá: relato e reflexões sobre a análise de uma língua ameaçada de extinção. In: LIAMES (Línguas Indígenas Americanas). Campinas: UNICAMP/IEL, nº 2. p. 85-104, 2002.
- ↑ BETTS, L. V. Dicionário Parintintín-Português Português-Parintintín. Cuiabá: SIL, 1981. Disponível em: <http://www-01.sil.org/americas/brasil/publcns/dictgram/PNDict.pdf>. Acesso em: mar. 2011.
- ↑ AGUILAR, A. M. G. C. Caderno de Campo: Língua Kamajurá. Brasília: UnB/LALLI 2015.
- ↑ PEASE, H.; BETTS, L.V. Anotações sobre a língua Uru-Eu-Wau-Wau. SIL, Brasília, DF, Nº 201, 1991.
- ↑ WEISS, H, E. (compiladora). Dicionário Kayabí-Português, com um Glossário, Português-Kayabí. Brasília: SIL, 2005.
- ↑ Rodrigues, Aryon Dall'Igna. 1986. Línguas brasileiras: Para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Loyola. (PDF)
- ↑ CUNHA, Antônio Geraldo da. Palavras portuguesas de origem tupi. Site Línguas Indígenas Brasileiras, de Renato Nicolai (Projeto Indios.Info).
Bibliografia
editar- MELLO, A. A. S. Estudo histórico da família lingüística Tupi-Guarani: aspectos fonológicos e lexicais. 2000. vii + 285 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Departamento de Língüística e Língua Vernácula, Instituto de Comunicação e Expressão, Universidade Federal de Santa Catarina. 2000. (761 reconstruções do Proto-Tupi-Guarani)
- Spoladore, Fernanda Ferreira. 2017. Um estudo contrastivo de línguas tupi: Araweté, Kamaiurá, Aweti e Sateré-Mawé. Doutorado, Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos.
Ligações externas
editar- Povos indígenas do Brasil. Troncos e famílias. Instituto Socioambiental (ISA).
- «FOLHA: Tupis-guaranis já estavam no Sudeste há 3.000 anos»
- «Tronco Tupi»
- «Tupi-Guarani»
- «A Gramatica de Anchieta - 500 anos de lingua Tupi» (PDF)
- «Curso breve de tupi antigo em dez lições»
- «Nhe'engatu Tupi»
- «Página do Idioma Tupi Antigo»
- «Síntese da Gramática Tupinambá»
- «Dicionário Tupi Guarani»