Ariocarpus

género de plantas

Ariocarpus é um gênero botânico com sete espécies[1] da família Cactaceae. O gênero foi descrito por Michael Joseph François Scheidweiler em 1838 e a espécie-tipo é Ariocarpus retusus Scheidw.[2] Ariocarpus está em perigo e é bastante raro na natureza. Trata-se de um gênero reconhecido pelo sistema de classificação filogenética Angiosperm Phylogeny Website.[3]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAriocarpus
Ariocarpus retusus
Ariocarpus retusus
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Caryophyllales
Família: Cactaceae
Género: Ariocarpus

Etimologia

O nome vem do grego antigo "ária" (um tipo de carvalho) e "carpos" (= fruta) por causa da semelhança da fruta dos dois gêneros na forma de bolota. Outra possibilidade para a origem do nome é o trabalho que Scheidweiler fez sobre a árvore Sorbus aria na época em que descreveu o gênero Ariocarpus. Ele pode ter querido dizer que os frutos das plantas Ariocarpus se parecem com os frutos da ária Sorbus.

Sinônimos

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  • Anhalonium Lem., 1839
  • Roseocactus A.Berger, 1925
  • Neogomesia Castañeda, 1941

Descrição

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Planta originaria do Texas e do México setentrional, sem talo, com tubérculos baixos, desprovidos de espinhos e similares a folhas dispondo em forma de roseta e com o cume plano. As diferentes espécies distinguem-se pelas formas dos seus tubérculos. São plantas pequenas em média alcançam um diâmetro de 15 cm.[4]

As flores, brancas, rosas ou purpuras, tem uma largura ao redor de 5 cm e brotam cerda do centro da planta. Saem das aureolas, como nos outros cactos. Em Ariocarpus estão nas axilas das folhas. As flores duram poucos dias, se fecham pela noite e se abrem na manhã seguinte.[4]

Não é um gênero fácil de cultivar, apodre-se facilmente na umidade alta, além de crescer devagar e tem dificuldade de florescer. Requerem muitas horas de luz solar . suporta temperaturas no inverno, de até 6 °C, protegido da umidade atmosférica. Se multiplica por brotamento.[4]

Taxonomia

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A história taxonômica do gênero é um tanto confusa. Em 1838, Michael Scheidweiler descreveu Ariocarpus retusus, estabelecendo o gênero. Ele baseou a descrição em plantas enviadas do México para a Europa por Henri Galeotti. As mesmas plantas foram recebidas por Charles Antoine Lemaire, que as descreveu em um livro publicado em 1839 como Anhalonium prismaticum, acrescentando uma crítica à descrição de Scheidweiler em uma nota no final de seu livro. Lemaire era conhecido como especialista em cactos, e os autores subsequentes usaram seu nome até cerca de 1900, embora o nome de Scheidweiler tivesse prioridade.[5] Anhalonium é supérfluo e, portanto, um nome ilegítimo.[6]

Em 1925, Alwin Berger separou algumas espécies de Ariocarpus no gênero Roseocactus, com base na forma das aréolas. Esta separação não é agora considerada justificada. Ariocarpus agavoides foi originalmente descrito em um gênero separado, Neogomesia, mas agora é colocado em Ariocarpus.[5] A espécie Lophophora williamsii (peiote) foi colocada em Anhalonium uma vez, embora não em Ariocarpus.[5]

Distribuição

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Com uma exceção, o gênero é nativo das partes centrais do México, o nordeste e o sudoeste. Está ausente do oeste, incluindo Baja California, e do sudeste, incluindo Yucatán.[7] Ariocarpus fissuratus tem uma distribuição nativa que se estende do México ao sul e sudoeste do Texas nos Estados Unidos,[8] sendo encontrada no deserto de Chihuahuan em ambos os lados da fronteira.[9]

Ariocarpus é fortemente adaptado a condições severas de seca. Grandes raízes subterrâneas constituem grande parte da planta; o caule cresce próximo ao solo (ou mesmo abaixo dele) e tem uma superfície superior espessa (epiderme).[9]

Espécies

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As espécies aceites neste gênero são:

  • Ariocarpus agavoides (Castañeda) E. F. Anderson
  • Ariocarpus fissuratus (Engelm.) K. Schum.
  • Ariocarpus kotschoubeyanus (Lem.) K. Schum.
  • Ariocarpus retusus Scheidw.
  • Ariocarpus scaphirostris Boed.
  • Ariocarpus trigonus (F. A. C. Weber) K. Schum.
  • Ariocarpus × drabi Halda & Sladk.

Ver também

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Referências

  1. «Ariocarpus Scheidw.». Catalogue of life. Consultado em 9 de maio de 2021 
  2. «Ariocarpus». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. Consultado em 13 de abril de 2013 
  3. Stevens, P. F. (2001 e adiante) Angiosperm Phylogeny Website Versão 8, Junho de 2007 e actualizado desde então. http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/ Data de acesso: 3 de Novembro de 2013
  4. a b c Cactus y otras crasas. Espanha: Susaeta. 2000. p. 46 
  5. a b c Anderson, Edward F. (2001). The Cactus Family, Pentland. [S.l.]: Oregon: Timber Press. pp. 109–112 
  6. «Plant Name Details for Anhalonium Lem.». The International Plant Names Index. Consultado em 9 de maio de 2021 
  7. Royal Botanic Gardens, Kew. «Ariocarpus Scheidw.». Plants of the World Online. Consultado em 9 de maio de 2021 
  8. Royal Botanic Gardens, Kew. «Ariocarpus fissuratus (Engelm.) K.Schum.». Plants of the World Online. Consultado em 9 de maio de 2021 
  9. a b Pilbeam, John (1987). Cacti for the Connoisseur : A Guide for Growers & Collectors. [S.l.]: London: B.T. Batsford. pp. 22–23 

Ligações externas

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