Loja de 1,99
Esty artygo é dy pobry! Esty artygo é sobry koyzas dy póbry, peçowas póbrys y o dono taméyn dévy dy sê un pobretãwn do karáy! |
Moço, quanto custa isso??
Carla Perez, pesquisando preço na Loja de 1,99.
Tudo por 1,99*
Loja de 1,99, sobre seus preços
As lojas de 1,99, assim como os bares convertidos em igrejas evangélicas, é um fenômeno recente da cultura suburbana brasileira.
A proposta de uma loja de 1,99 é oferecer produtos a preços acessíveis (inicialmente todos a R$ 1,99), não importando a qualidade, procedência, ou o fato de estes produtos custarem menos em outros lugares.
SurgimentoEditar
Com a criação do Plano Real em 1994, afima Fernando Henrique Cardoso (mas reforçada pela criação do Bolsa Família em 2003, relembra Luiz Inácio Lula da Silva), o pobre parou de ter medo de ver seu dinheiro sumir do dia para a noite.
Com o fim da inflação, o pobre passou a ter a ilusão de que a mereca que ele chama de salário, duraria até o fim do mês.
Sempre atentos, camelôs liderados pela Máfia Chinesa da Rua 25 de Março, começaram a abrir lojas onde tudo custava 1,99. TUDO. Os produtos eram os mesmos vendidos nas barraquinhas de camelô a preços inferiores, mas a ilusão de que os preços nessas lojas "não chegam a dois reais", atraiu muita gente.
Muita coisa em uma loja de 1,99 custa menos de um terço disso em supermercados, um bom exemplo disso é uma caixa de lápis de cor, mas tudo bem... afinal nessas lojas "é só 1,99", ou "199" (um nove nove), como costuma dizer aquela sua prima pobre.
EvoluçãoEditar
Com o tempo, e para o desespero dos consumidores, as lojas de 1,99 passaram a vender artigos que custavam menos (R$ 0,99) e mais (R$ 2,99, R$ 3,99, R$ 4,99, R$ 5,99, R$ 6,99, (...) R$ 9.999,99 (...), os olhos da cara,99).
Ainda assim, tais lojas não mudaram de nome, e continuaram sendo as lojas de 1,99!
O trocoEditar
Curiosamente, lojas de 1,99 nunca têm troco para suas compras. Sejam elas de um único ítem, onde falta o um centavo, até cem ítens, onde o troco seria de um real.
No lugar do troco, o consumidor sempre será obrigado a receber uma bala de anis minúscula e horrível, a famosa balinha de um centavo, vendida a 3 por 10 (três balas por dez centavos) na mesma loja.
LocutorEditar
O locutor, que também é o segurança, caixa, gerente, proprietário, operador da máquina de algodão doce e palhaço da loja, é sempre um cara fortinho, usando uma camiseta quatro números menor que ele, ex-locutor de rádio de empregada doméstica.
O serviço do locutor, por mais incrível (e inútil) que pareça, é anunciar para o povo que passa no calçadão (259% das lojas de 1,99 ficam em calçadões), as promoções da loja... como se todos já não soubessem que tudo ali custa R$ 1,99.
No NatalEditar
Já em meados de novembro e estendendo-se até o início de janeiro, as lojas de 1,99 convertem-se em lojas de enfeites de natal.
É claro que, mesmo nessa época, as bugigangas tradicionais continuam por lá, afinal presente de "199" é quase uma instituição, nos amigos secretos da pobraiada.